Clipe: Medialunas - Chunby

E saiu do forno semana passada o primeiro registro audiovisual oficial do duo/casal favorito aqui do blog Medialunas. A música escolhida foi "Chunby", inspirada na gatinha mascote da dupla, praticamente um terceiro elemento da banda.


Produzido pela DF5 em apenas 3 dias, na oficina da Semana do Audiovisual (SEDA) realizada na capital gaúcha, realizada pela Casa Fora do Eixo Porto Alegre, Inverso Coletivo e Catarse, contou ainda com o apoio do Espaço Cultural 512 e do Ponto de Cultura Odomodê.

INI percorre 10 estados em mega turnê pelo Sudeste e Nordeste

Pra quem andava meio sumido do circuito de shows...


Eis que os camaradas do INI reaparecem em mais uma ambiciosa empreitada: uma maratona de mais de 25 apresentações passando por 10 estados. Tudo isso em pouco mais de uma mês.

Os sorocabanos deverão passar todo o mês de novembro e o princípio de dezembro na estrada, viajando pelo Sudeste e vários estados do Nordeste na edição 2011 da tour A Caixa do Macaco (nome do aclamado segundo disco da banda, que será relançado agora em todo país pela Senhor F Discos e encontra-se disponível para download no perfil da banda no TramaVirtual). Além disso, algumas cidades também receberão o projeto Guerrilha Gerador (video abaixo), que possibilita levar o show incendiário do grupo aos lugares mais inusitados (e as vezes até proibidos) usando a energia de geradores.


O primeiro ponto de parada é o Rio de Janeiro, onde na próxima sexta-feira, dia 4, eles tocam com a Tape Rec (mais uma das incontáveis bandas de Lê Almeida), na festa Microfonia é Noise. Confira abaixo a agenda completa da banda:

Agenda
04/11 - Rio de Janeiro/RJ
05/11 - Vila Velha/ES
06/11 - Vitória/ES
07/11 - Teixeira de Freitas/BA
08/11 - Vitória da Conquista/BA
10/11 - Floresta/PE
11/11 - Recife/PE
12/11 - João Pessoa/PB
13/11 - Natal/RN
14/11 - Campina Grande/PB
15/11 - Recife/PE
17/11 - São Miguel dos Milagres/AL
18/11 - Maceió/AL
19/11 - Aracaju/SE
22/11 - Conde/BA
23/11 - Lauro de Freitas/BA
25/11 - Feira de Santana/BA
26/11 - Salvador/BA
27/11 - Ilhéus/BA
29/11 - Porto Seguro/BA
30/11 - Ipatinga/MG
01/12 - Belo Horizonte/MG
02/12 - Sabará/MG
03/12 - Barbacena/MG
04/12 - Santos/SP
09/12 - Sorocaba/SP
10/12 - Suzano/SP


Baile da Transfusão @ Livraria da Esquina, 7/10/2011

A noite da última sexta-feira em São Paulo oferecia pelo menos duas alternativas: ou mais um modorrento episódio do time amarelado do poderoso chefão Ricardo Teixeira ou uma sequência de 4 shows na Livraria da Esquina, na Barra Funda (que, de quebra, não excluia a possibilidade de assistir trechos do jogo no telão montado no local). A segunda opção se tratava do primeiro Baile da Transfusão Noise Records na capital paulista, com a participação das bandas Magic Crayon, Hierofante Púrpura e os visitantes Cretina e Lê Almeida.

Passados alguns minutos da meia-noite, os primeiros acordes dos paulistanos do Magic Crayon deram início a festa, ainda competindo com os minutos finais do amistoso da seleção no telão da casa. A banda que voltou recentemente aos palcos após um longo jejum de shows fez uma apresentação rápida, mostrando um twee pop simples porém cuidadoso, cantado em inglês, lembrando bastante o indie britânico de Sarah Records, C86 e afins. Mas ainda rolou uma versão para "Goodbye", faixa bastante atual da banda califoniana Best Coast.


Na sequência, era vez da Cretina subir ao palco. O power trio de Nova Iguaçu que lançou em setembro seu EP "Babilônia Moderninha" (com download gratuito no site da Transfusão Noise), não poupou entusiamo e energia, dominando o palco com um rock 'n' roll rápido, direto e eficaz, de letras bem humoradas em português, misturando rockabilly, surf music, punk rock e muito barulho. Sem dúvida, um dos melhores momentos da noite.


A próxima banda do baile era a Hierofante Púrpura. Logo de cara, já dava para perceber algumas novidades desde o primeiro e único show que vi da banda, há 3 meses na Casa Dissenso: um teclado no centro do palco e a participação especial da baixista Helena Duarte (conhecida das bandas paulistanas Hats e Las Dirces, além de acompanhar o grupo de Jair Naves em diversos shows) em algumas canções. Já outras coisas não mudaram, como a entrega e presença de palco do trio (ora quarteto). A inclusão do teclado, fazendo as vezes de piano na mãos de Danilo Sevali, parece dar ainda mais dramaticidade e franqueza ao repertório ao vivo.


A tarefa de fechar a noite, isso já pelas 3 e tantas da madrugada, ficou por conta do homem-banda-selo Lê Almeida, que lançava oficialmente seu long play Mono Maçã. Mas valeu a pena ter esperado pelo quarteto e suas várias participações especiais. Amigos da Top Surprise, Hierofante Púrpura e Wallace Costa, convidados ou não, trataram de invadir o palco para participar da festa, naquela altura já com mais alcool na corrente sanguínea do que noção na cabeça. Ouvi-se boa parte do novo disco, algumas poucas mais antigas (destaques para "Curso de Datilografia" e a impossível de se esquecer "Nunca Nunca")  e um inesperado cover lo-fi eletrificado para "Comes a Time", de Neil Young, com o acompanhamento do camarada Wallace Costa na gaita e vocal.


Download: Pública - Canções de Guerra

Depois de lançar o primeiro single, "Corpo Fechado", com direito a um belo clipe, a gurizada da Pública disponibilizou no final de setembro o aguardado terceiro album da banda, "Canções de Guerra". O disco completo (em arquivos mp3 de 320 kbps) pode ser baixado gratuitamente no próprio site da banda: http://www.publicaoficial.com


Contendo 11 faixas, "Canções de Guerra" continua carregado de uma forte influência do rock britânico, com letras predominantemente em português (embora o grupo faça aqui sua primeira incursão ao idioma inglês em uma das faixas). Entretanto agora Pedro Metz, principal compositor do quarteto, Guri Assis Brasil (guitarra), Guilherme Almeida (baixo) e Alexandre "Papel", novo baterista do grupo, mergulham em várias outras influências e muito John Lennon, conduzindo para letras ainda mais impactantes (como o próprio nome leva a crer) e com maior riqueza de melodias, o que coloca o album um passo à frente na evolução dos ótimos "Polaris" e "Como Num Filme Sem Fim", os dois primeiros discos da banda.

Primal Scream @ HSBC Brasil, 24/09/2011

Primal Scream @ HSBC Hall O inevitável clima revivalista preparado para rever os ídolos do Primal Scream em turne apresentando ao vivo sua obra de maior destaque, o disco Screamadélica, que havia completado exatos 20 anos de lançamento no dia anterior, no HSBC em São Paulo era proporcional a expectativa (e a faixa etária) do público presente. Boa parte dos fãs alí presenciaram a avalanche que o album de 1991 causou na época, uma espécie de resposta britânica (ao lado do shoegaze e o britpop) ao furacão grunge que assolava o rock mundial a partir de Seattle (cujo magnum opus Nevermind também comemora as bodas de platina na mesma semana). Mas enquanto o noroste americano unia metaleiros e punks sob a mesma camisa de flanela xadrez, o Primal Scream liquidificou a pura psicodelia dos anos 60, os tempos aureos dos Rolling Stones e toda a efervescência da Detroit de MC5, Motown e Stevie Wonder com elementos (e aditivos) até então limitados às pistas de danças e raves, dando vazão uma obra ímpar, viciante e sem dúvida uma das criações mais influentes dos últimos 20 anos do lado de lá do Atlântico.
Primal Scream @ HSBC Hall
Bobby Gillespie

"Vocês estão prontos para testemunhar?", questiona Bobby Gillespie, encarnando o mestre de cerimônias responsável pelo ritual daquela noite, ainda sem muita emoção, numa entrada que parecia protocolar, ensaiada a exaustão. Mas bastaram os primeiros refrões do hit "Movin' On Up" cantados pelos fãs para a banda perder a rigidez e ganhar o público. Num cenário sem firulas, o único efeito eram as imagens projetadas na banda e na tela gigantesca que abrangia todo o fundo do palco.

Samples e sirenes anunciam a batida contagiante de "Slip Inside This House", o primeiro embate da psicodelia com o eletrônico. Bobby então entrega a direção do palco a Mary Pierce, que impressiona na performance e na levada soul dos vocais praticamente impecáveis de "Don't Fight It, Feel It", originalmente cantada por Denise Johnson no album de estúdio.


Na sequencia Bobby retoma a condução dos vocais e, de olhos fechados e com muita emoção, canta a felicidade de todos ao som de "Damaged". A balada "I'm Comin' Down" seguem o ritmo introspectivo do momento. Sob novas sirenes e mais colagens sonoras, Bobby deixa o palco para o ex-Stone Roses Mani no baixo, os guitarristas Andrew Innes e Barrie Cadogan, além de Darrin Mooney na percussão comandarem a instrumental "Inner Flight".


Primal Scream @ HSBC Hall
Bobby Gillespie
Mr. Gillespie volta ao palco pronto para embarcar na viagem ácida de "Higher Than The Sun", que ganha contornos épicos com direito a grandiosos solos de sax, guitarras e baixo da sinfonia dub. A orgia sonora de "Loaded" na sequencia é um dos pontos altos da noite, incrementada ainda mais com as projeções de "The Wild Angels" e um jovem Bobby na tela ao fundo. Impossível passar ileso pelo groove irresistível, sem ao menos engrossar o coro de 'uh-uhs' remetendo a "Sympathy for the Devil" ou repetir o que Heavenly Blues declamava em 1966.

Primal Scream @ HSBC Hall
Andrew Innes
Uma nova explosão de cores e ao som de orgão e vocal gospel, o show-tributo encaminha para seu espetáculo final: Bobby convida todos para a catártica "Come Together", mais uma com o refrão cantado em uníssono e acompanhado de palmas. A aquela altura, você compreende que o impacto do disco consegue ser ainda mais devastador ao vivo.

E quando se pensava que a banda estivesse cansada após a execussão do album clássico, eles retornam para um bis com as nervosas Country Girl, Jailbird e Rocks, composições posteriores ao Screamadelica, incrivelmente detonadas em ritmo ainda mais eletrizante e enfurecido. Nem parecia que o grupo já havia tocado por quase uma hora e meia.

Numa noite que foi mais do que uma simples celebração nostalgica, o Primal Scream demonstrou que além de uma obra prima, o Screamadelica continua soando como novo, intacto e de inegável importância ainda hoje. Um divisor de águas que certamente ainda será trilha sonora para as novas gerações.


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Faust @ CCSP, 16/09/2011

Faust
Jean-Hervé Péron
Uma aula de música, teatro, poesia, um happening? Difícil de se descrever, mas foi mais ou menos isso que o seminal grupo alemão Faust, uma das primeiras bandas que receberam o rótulo de Krautrock na década de 70, realizou no ótimo Centro Cultural São Paulo (um dos melhores locais para shows na capital) em uma apresentação gratuita no último dia 16.

Em pouco mais de uma hora, viu se desde encenações poéticas protagonizadas por Jean-Hervé Péron (também baixista e percussionista), solos de baterias e projeções em um telão posicionado ao lado do palco, além de atos ainda mais inusitados como pintura de uma tela por Geraldine Swayne (que também canta, toca teclados e guitarra) e o som da lixadeira do baterista Werner "Zappi" Diermaier em uma chapa de metal contracenando com a guitarra de James Johnston.

Faust
Jean-Hervé e Geraldine
Os mais atentos fãs de Sonic Youth de ambientes mais experimentais pós-Washing Machine ou do Radiohead da fase Kid A, ou de tantas outras que abusam do drone, psicodelia e colagens eletrônicas certamente reconheceream aquela sonoridade peculiar. Fechando o multi-espetáculo, um das composições mais conhecidas da banda, o clássico noise "Krautrock", do album de 1974, Faust IV.

The Concept @ Urban Lounge, 10/09/2011

Saindo na correria logo depois da belíssima estréia da Medialunas, (graças ao nosso grande camarada de bons sons João) conseguimos chegar a tempo da outra festa do sábado, onde Magic Crayon, Top Surprise e os "veteranos" do The Concept se apresentariam na já tradicional noite Foggy Glasses que acontecia no Urban Lounge.

the concept @ urban lounge
The Concept
Chegamos já no final da festa, mas ainda a tempo de acompanhar o último show da noite: The Concept. Seria a primeira vez que veriamos a banda e tudo o que conheciamos era a fama do guitar rock que sobreviveu os anos 90, além é claro do nome que sempre fará lembrar sons memoráveis (ainda mais para um fã de Teenage Fanclub.) E a primeira impressão ao vê-los ao vivo foi das melhores possíveis.


O quarteto da Zona Leste paulistana, que retomou os trabalhos em novembro do ano passado (em uma outra edição da mesma Foggy Glasses) após meia década de recesso, comandou uma verdadeira celebração junto aos fãs na frente do palco.


the concept @ urban lounge
The Concept
Liderados pelo vocalista e guitar hero Rob Son, abusando - no bom sentido - de seus solos distorcidos (conforme nosso amigo João havia previamente alertado), enfileiraram canções que lembravam as pepitas do rock alternativo britânico dos idos de 1990, da qual a própria música do então jovem TFC fez parte. Era possível ouvir desde ecos de shoegaze e psicodelia até melodias assoviáveis do indie pop - como é o caso de "Reconstruction" (do video acima, embora pouco se possa ver na escuridão), música do single de mesmo nome lançado recentemente. De bônus, uma versão guitarrística para "Ceremony", música do Joy Division de Ian Curtis, famosa na discografia do New Order.

Em suma, um belo show, que sem dúvida valeu a pena ter chegado de última hora para conferir. De quebra, o grupo ainda conquistou pelo menos mais um par de fãs, que já estão na torcida por mais shows da banda em breve.


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Medialunas e Pélico @ Casa Dissenso, 10/09/2011

Quando há quase três meses, a Superguidis pegou todo mundo de surpresa e via twitter anunciou o fim das atividades, os fãs do indie rock por todo país sentiram que haviam perdido um dos nomes mais criativos da última década do rock nacional. Pouco tempo depois, foi a vez dos Ecos Falsos, outra banda de peso, sinônimo de boa música e diversão certa nos palcos, noticiar o fim prematuro da banda. 2011 estava parecendo um ano cruel para o rock independente no país...

Entretanto, apenas algumas horas depois da derradeira apresentação dos Falsos na capital paulista (recheado de muita emoção, segundo relatos de quem esteve na Livraria Cultura do Shopping Market Place naquela tarde), uma nova promessa do indie nacional começava a dar seus primeiros passos. Quem esteve na prezada salinha da Casa Dissenso (que infelizmente também está perto de encerrar suas atividades) na noite do último sábado teve a oportunidade de ver e ouvir de perto a estréia ao vivo do duo/casal Medialunas, formado pelo ex-Superguidis Andrio Maquenzi e a musicaholic Liege Milk (Loomer, Hangovers, entre outras), vindos especialmente de Porto Alegre para a festa promovida pelos sites Scream&Yell e Urbanaque.

Pélico @ Casa Dissenso
Pélico
Já passava da meia-noite quando Pélico deu início aos trabalhos. Na companhia de apenas sanfona e baixo, o bardo e seu violão viram a salinha quase lotada para ouvir seu romantismo rascante. Mesmo com a roupagem acústica do trio e a levada intimista (ainda que ácida) da maior parte de seu repertório, composto principalmente das composições de Que Isso Fique Entre Nós, seu disco mais recente, não pareciam suficientes para conter Pélico em seu banquinho, que arriscava saltos e malabarismos. Um show que começou morno chegou ao fim conquistando boa parte da platéia que foi para vê-lo e até mesmo alguns dos mais desavisados.

Terminado o show de abertura, o duo gaúcho invadiu palco e em poucos minutos já estavam a postos com sua aparelhagem mínima de bateria, guitarra. Lutando contra um indefensável nervosismo de debutantes, Andrio e sua guitarra trataram de dar o pontapé inicial com a já favorita "Humming", na companhia da percussão compenetrada de Liege. Na sequência vieram os outros petardos conhecidos: "Colorful", "Chunby" e "Slo-Mo Dancer" ao vivo ganharam ainda mais em crueza e energia. Aliás, o contraste do minimalismo de formação e instrumentos e a capacidade de soar tão (docemente) barulhento realmente impressiona.


Medialunas @ Casa Dissenso
Medialunas
Dali em diante, o setlist seria somente de inéditas. A matadora "No Te Va Gustar" (vídeo acima) mostra a dupla se alternando nos vocais e cantando na língua de origem do nome da banda. Para o bem e para o mal, parece que ainda vai levar um tempo para ouvir Andrio cantando em português sem recordar da Superguidis, ainda mais com "Memorabilia" (e sua guitarra a la My Bloody Valentine), cuja letra faz lembrar e muito da sua antiga banda.

Medialunas @ Casa Dissenso
Andrio Maquenzi (Medialunas)

"Frames", nas palavras do próprio guitarrista, a música que eles roubaram do Superchunk, é mais uma pérola beirando o radiofônico, enquanto "Chester, Cheese, Onion", o "sabor de pizza favorito" do par, é uma visita ao grunge misturado a outras viagens melódicas. Para encerrar, atendendo aos pedidos (e ameaças) por bis, "How Near How Far", uma das preciosidades do Trail of Dead, ganhou sua versão minimal como que num truque de mágica da dupla.


Medialunas @ Casa Dissenso
Liege Milk (Medialunas)
De saldo final, um ótimo show da banda, que atendeu as expectativas daqueles que aguardavam por vê-los ao vivo. E foram apenas os primeiros passos para um casal que deixa claro que tem um grande caminho a trilhar, com a cabeça cheia de música, idéias e planos pela frente. Quem estava desanimado pelas perdas de 2011, já é hora de começar a abrir um sorriso no rosto.


  • Mais fotos de Pélico e Medialunas no flickr de Alessandra Luvisotto
  • Outros videos da Medialunas ao vivo no canal do youtube.

Medialunas faz show de estréia neste sábado em São Paulo

De um lado, as viagens em distorções da Loomer com o aditivo energético da Hangovers. Do outro, a inconfundível juvenília das guitarras da sempre lembrada Superguidis. Some ainda experiências diárias de um casal apaixonado por música dividindo o quarto com uma bolinha de pelos chamada Yoshimi. O fruto dessa combinação é um dos segredos mais bem guardados de Porto Alegre: o duo Medialunas, formado pela bateria de Liege Milk (Loomer, Hangovers, entre outras) e guitarra de Andrio Maquenzi (Superguidis).

Medialunas (foto por Gabriel Not)
Surgidos timidamente no final de maio com um simples par de faixas postadas Soundcloud, a banda chamou atenção não só pela formação inusitada mas pela qualidade das composições, que apesar de contar apenas com bateria e guitarra, produziu um indie rock de primeira, de uma melodia certeira, quase radiofônica e cuidadosos vocais cantando em inglês. É possível ouvir ecos do que de melhor aconteceu no rock dos anos 90 de ambos os lados do Atlântico, do alternativo americano (qualquer relação com Yo La Tengo, além do nome hispânico, não é coincidência) ao shoegaze britânico (não à toa são fãs confessos de Swervedriver).


O duo ainda disponibilizou outras duas novas faixas de lá pra cá (também disponíveis no perfil da banda na TramaVirtual) - mais duas pérolas que só fizeram com que as apostas na dupla aumentasse ainda mais.


E eis que nesse sábado a Casa Dissenso em São Paulo será o palco da primeira apresentação da banda, em festa promovida pelos sites Scream&Yell e Urbanaque.

O anfitrião da noite será Pélico, que apresenta o também bastante elogiado "Que Isso Fique Entre Nós", album lançado nesse ano.

Portanto não esqueça: é neste sábado (10/9), na Casa Dissenso (Rua Pinheiros, 747 - Pinheiros), a partir das 21h. Os ingressos custarão R$ 15 (enviando o nome para lista@urbanaque.com.br) ou R$ 20 na porta.

"Araguari, o que foi que aconteceu?", o documentário sobre o primeiro EP de Jair Naves

Araguari é um municipio com quase 110 mil habitantes, ao norte do triângulo mineiro, talvez mais conhecida nacionalmente por ter sido o palco do "maior erro judiciário já cometido no país", episódio que ganhou notoriedade nas telas de cinema num drama inesquecível de Luís Sérgio Person, 'O Caso dos Irmãos Naves'.

Mas Araguari também foi lembrada recentemente quando deu nome ao brilhante EP de estréia de Jair Naves em carreira solo, no começo de 2010. Esta semana, seu primeiro trabalho foi agraciado com um ótimo documentário explicando o porquê da escolha pelo nome da cidade mineira.


O video de aproximadamente 12 minutos conta um pouco da relação de Jair com a cidade, suas lembranças de infância e toda importância dela em sua vida. O curta ainda reproduz relatos de várias pessoas sobre o eternamente lembrado Ludovic, épica primeira banda de Jair, e a transformação de seu som no que é hoje, sem perder a original franqueza e visceralidade. Por fim, são exibidas cenas de como foi o retorno à cidade um ano após do lançamento do disco, num show repleto de emoção.

E sim, como você já deve ter se perguntado, Jair descobriu há não muito tempo que existe sim um grau de parentesco ainda que distante (eram primos da avó do cantor) com os Irmãos Naves do infausto acontecido.

Vale lembrar que tanto Araguari quanto o single de Um passo por vez, lançado este ano, encontra-se disponível para download gratuito no perfil de Jair Naves na TramaVirtual.

Clipe: Pública - Corpo Fechado

Conforme prometido na ocasião do lançamento do single semana passada, os gaúchos da Pública disponibilizaram nessa terça-feira via Youtube o clipe de sua nova canção "Corpo Fechado". Todo filmado em preto e branco, de uma fotografia magistral, o video conta ainda com o chapa Ynaiã Benthroldo, baterista do Macaco Bong, atuando como um dos protagonistas.


O aguardado Canções de Guerra, terceiro álbum do grupo, gravado no primeiro semestre deste ano, não tem data de lançamento definida mas deverá sair muito em breve, ainda em 2011.

Clipe: Pata de Elefante - Pesadelo no Bambus

Talvez a gurizada porto alegrense frequentadora dos bolichos (uma das denominações para o famigerado boteco lá pelo Sul) e similares se identifique mais ou menos o que se passa nessa surreal animação feita para o rock instrumental de "Pesadelo no Bambus", mais um excelente vídeo do power trio Pata de Elefante.


"Pesadelo..." é uma das faixas do album mais recente dos gaúchos, Na Cidade, o terceiro na carreira da banda, lançado em 2010 como album virtual da Trama (pode ser baixado gratuitamente aqui). É o primeiro clipe em animação do grupo, que continua utilizando a capital rio-grandense como pano de fundo (Bambus dá nome a um dos bares da cidade), como nos videos anteriores de "Soltaram!",  "Pata de Elefante" e o sensacional "Um olho no fósforo, outro na fagulha".

Instiga e Malditas Ovelhas! em Campinas nessa sexta-feira

Nessa sexta-feira, para alegria dos fãs campineiros, o Instiga volta ao palco do Bar do Zé, recepcionando o experimentalismo do Malditas Ovelhas!, de São Carlos, pela Noite Fora do Eixo, promovida pelo Coletivo Ajuntaê, de Campinas.


O Instiga já é nosso velho conhecido. O grupo, que existe desde 2004, hoje figura como um dos nomes de maior destaque da cena musical de Campinas, com três albuns já lançados (a discografia encontra-se disponível para download gratuito no site da banda). Dono de um indie rock simples porém caprichado, com letras em português, que em momentos se aproximam do radiofônico, o trio conta com algo do que melhor se produziu no independente nacional dos últimos anos.

Já o Malditas Ovelhas!, quarteto de multi-instrumentalistas formado na UNESP de Araraquara há cinco anos, aposta em experimentações num caldeirão de sons e ritmos que vão do rock psicodélico à música caipira. A banda possui uma demo lançada em 2010 e está em vias de lançar o primeiro EP oficial.

A festa está marcada para começar as 22h, com ingressos a R$ 10 (ou R$ 8 para quem enviar seu nome pra lista@ajuntae.foradoeixo.org.br)

Novo single da Pública: Corpo Fechado


Ainda dentro do rock vindo do Sul, os gaúchos da Pública, ao lado dos Superguidis um dos principais nomes do indie rock dos anos 00 por aquelas bandas, lançaram nesta terça pelo site da Revista Noize "Corpo Fechado", o primeiro single de Canções de Guerra, próximo album do grupo. Com os pés no rock alternativo e britpop, a nova faixa segue a receita de sucesso de composições anteriores, mas agora apostando em arranjos um pouco mais audaciosos.

Corpo Fechado - Pública by Revista NOIZE

Depois do aplaudido Polaris, de 2006, e da confirmação com Como num Filme Sem Fim, de 2009 (disponíveis para download gratuito no perfil do TramaVirtual e no site oficial da banda), Canções será o terceiro disco do grupo, que trocou o Rio Grande do Sul pela capital paulista desde o ano passado.
E "Corpo Fechado" não para por aí. O clipe para a canção já tem data de estréia marcada: próximo dia 23.

Clipe: Jupiter Apple - Calling All Bands

De um rock inglês mais andrógino que psicodélico, "Calling All Bands" é a mais recente pérola de Jupiter Apple, o alter ego britânico do ícone gaúcho Flávio Basso, originalmente apodado de Júpiter Maçã.


Calling All Bands, ao lado de Modern Kid, são as músicas do single de tiragem limitada que sai pela nova empreitada de Jupiter, o selo J.A.C.K. - Jupiter Apple Corporation and Kingdom. Masterizado em Abbey Road, o compacto foi produzido por Simon Gibson, um dos engenheiros responsáveis pela recente remasterização dos trabalhos dos Beatles.

Single Parents apresenta versões acústicas no site Showlivre.com

Por falar em catarse.me, os paulistanos do Single Parents também estão no site com o projeto para financiamento coletivo do seu primeiro album. Esta semana o grupo apresentou algumas das canções que estarão no disco em versões acústicas no site Showlivre.com. O video abaixo é de "Beggining of your rage":


Na mesma sessão, eles também gravaram videos para "Escape" e "Last Conversation", além de entrevistas explicando a proposta colaborativa e a produção do primeiro disco.
O trio, que lançou o EP Could You Explain? contendo 4 faixas em 2010 (disponível para download no myspace da banda), está bem próximo de atingir a meta programada, mas ainda falta um pouco. Experimentando as músicas do grupo, já dá pra se ter uma idéia do que vem por ai: indie rock cantado em inglês, recheado de guitarras noventistas, com pitadas de grunge e shoegaze. Se você curtiu, visite a página do projeto, veja as recompensas oferecidas e colabore. Mas fique ligado que o projeto se encerra já na próxima semana, dia 18.

Clipe: Inverness - Winter Lemonade

Aprecie a beleza dos mais simples momentos. Esse é o espírito do novo clipe do Inverness para a igualmente bela "Winter Lemonade", lançado no final de julho:


Aliás, parabéns pelo sucesso da banda no projeto de financiamento colaborativo do terceiro disco dentro do site Catarse. Ou seja, depois de Forest Fortress e Somewhere I Can Hear My Heart Beating (ambos os discos estão disponíveis para download no perfil da banda dentro do TramaVirtual, assim como a faixa "Winter Lemonade"), em breve teremos novo album e mais um clipe dos caras.
E ainda faltam 24 dias até o encerramento do projeto. Se você quiser contribuir, ainda dá tempo.

Hangovers em turnê por SP no final de agosto


O "grunge universitário" instrumental da Hangovers, uma das mais recentes crias do roque pauleira do Sul do país, visita São Paulo pela segunda vez esse ano, agora pela (sic) "Ainda Bebbbendo Sssocialmente Tour". A banda é formada pela inquieta Liege Milk (Loomer, Medialunas), que aqui cuida das baquetas, e a dupla de guitarras com Theo Portalet e Gabriel "Lixo". Isso mesmo, nada de baixo.


Com um EP de 6 faixas na bagagem, o desaforado Bebendo Socialmente (disponível para download gratuito no perfil da banda na TramaVirtual), o trio que esta semana se apresenta em Porto Alegre, na festa que comemora os 18 anos da instituição gaudéria de rock pesado Walverdes, tem shows agendados em Votorantim, Sorocaba e São Paulo, além da apresentação na Tv Trama que será transmitida ao vivo pela web.


Para aqueles que apreciam um bom e não tão velho assim (afinal, os anos 90 foram ontem) rock de guitarras rápidas e um bocado mais pesadas (lê-se Nirvana, Soundgarden, Melvins, Kyuss, Queens of the Stone Age e cia.), vale a pena conferir de perto. E já que eles vão passar por Sorocaba, bem que podiam cruzar com o Iansã para cometer esse estrago novamente.

Update: a Hangovers incluiu mais um show na capital, dia 27, juntamente com Alarde, La Carne e Mavka. Veja o cartaz acima já atualizado.

Lê Almeida, Hierofante Púrpura e Refluxo @ Casa Dissenso, 30/07/2011

Noite de sábado na capital. Finalmente nossa chance de assistir Hierofante Púrpura e Lê Almeida pela primeira vez ao vivo, e de quebra conhecer outra banda de São Paulo, Refluxo. Passada a garoa que ameaçou prejudicar os planos da noite, saímos rumo à sempre aprazível Casa Dissenso.

Refluxo @ Casa Dissenso
Refluxo
Já passavam alguns minutos das 10 horas quando o Refluxo, primeira atração da noite, tocou seus primeiros acordes. O trio de São Paulo que conta com o casal Luci (ex-Labirinto) e Marcelo (ex-Debate) no baixo e guitarra respectivamente. A dupla também divide os vocais, todos em inglês. A maior aposta do grupo é o rock alternativo americano dos anos 90 (ou seja, nomes como Sonic Youth, Polvo e Superchunk), embora em algumas canções também remeta a uma pegada do post-hardcore, como Jawbox e Les Savy Fav. Os poucos que haviam chegados viram uma boa exibição, porém bastante breve, de cerca de 30 minutos.

Alguns minutos mais tarde, era a vez do Hierofante Púrpura, da vizinha Mogi das Cruzes, mostrar seu rock de mistura e muita intensidade. Mistura essa que combina desde o psicodélico e progressivo aos ritmos quebrados do math rock e a poesia concreta. Achou estranho? A idéia, ao que parece, é justamente essa. A intensidade é justificada por toda transpiração dos três no palco.

Hierofante Púrpura @ Casa Dissenso
Hierofante Púrpura
Já com uma platéia que preenchia a salinha da Dissenso, o grupo deu vazão às composições do seu recém finalizado Transe Só (primeiro album do grupo, lançado em conjunto pela Popfuzz Records e a Transfusão Noise Records, disponível para download gratuito.) Durante a apresentação, ainda compartilharam os vocais com Bea Rodrigues (baixo e vocal do Mavka) e o "convidado especial" da noite e companheiro de selo, Lê Almeida. E assim, em um pouco menos de uma hora, fizeram um ótimo show, numa performance contagiante e um repertório que parece soar ainda melhor ao vivo.


Na sequência, o aguardado time de Lê Almeida e sua trupe tratou de tomar conta dos amplificadores da casa.
Lê Almeida @ Casa Dissenso
Lê Almeida
Lê Almeida, o aniversariante da noite, é sem dúvidas alguém que realmente merece aplausos. Dividindo o tempo do seu trabalho diário, ele é fundador e um dos que tocam a Transfusão Noise Records, estúdio de gravação nascido literalmente no seu quarto, no mais puro exemplo do "faça você mesmo" e do lo-fi levado a sério. Ele ainda participa de outras bandas além do projeto que leva seu nome e, ao lado de seus amigos, luta para movimentar uma cena totalmente independente na Baixada Fluminense, o que hoje é um tremendo desafio.

Lê Almeida @ Casa Dissenso
Lê Almeida
Não bastassem esses feitos, Lê ainda é sinônimo de bons sons. Desde 2007, vem lançando pepitas de indie rock, psicodelia e pop radiofônico, tudo produzido dentro da estética loufai, como o próprio brinca. Material que deixa fãs de nomes como Pixies, Pavement e Teenage Fanclub com sorriso estampado no rosto. No mês passado, liberou para download seu primeiro album, Mono Maçã, onde seu leque de temas é ampliado ainda mais. Com gotas sonoras que duram desde menos de 60 segundos (alguém aí falou em Guided by Voices?) a uma viagem que ultrapassa os 6 minutos, Lê canta sobre a amizade, seu amor por bicicletas, paisagens ensolaradas e segredos sobre extraterrestres, entre outros assuntos. Certamente forte candidato a um dos discos do ano.


Contando com duas guitarras, um baixo, bateria e animação de sobra (a corda quebrada de uma das guitarras de Lê é prova disso), abusaram do excelente som da casa: um desfile de drops de pop e indie rock, recheados de guitarras e distorção. Focado principalmente nas faixas do Mono MaçãREVI (lançado em 2009), fizeram um impressionante set de mais de 20 músicas em aproximadamente uma hora de apresentação. Além das composições próprias, intercalaram pérolas de Pavement ("Loretta's Scars" e o b-side "Debris Slide") com a participação dos amigos hierofantes Gabriel e Danilo, além da homenagem aos conterrâneos do Second Come com "Run, Run" (que estará no tributo à banda previsto para este semestre). Fechando em grande estilo, o épico pavementiano "Por Favor Não Morra".

Lê Almeida @ Casa Dissenso
Lê Almeida

The Jon Spencer Blues Explosion @ Bourbon Street, 28/07/2011

Celebração. Se pudesse resumir em uma só palavra o que Jon Spencer e seus comparsas cometeram na última quinta-feira (28 de julho) no Bourbon Street Music Club em São Paulo, esta talvez fosse a que melhor se encaixaria.

Casa cheia, porém sem esgotar os ingressos, que chegaram a salgados 180 reais na noite do show (a primeira leva já custava 120 reais). Pouco depois das 23h, horário programado para o início, os nova-iorquinos adentraram o pequeno palco da casa.
The Jon Spencer Blues Explosion
Jon Spencer
Jon Spencer é um monstro em cima do palco. Em meio a caras e bocas, convoca todos para sua festa particular, esbravejando seus "Blues Explosion" como um mantra que parece evocar todos os espíritos garageiros. O fato é que Link Wray e Lux Interior de alguma forma estavam alí. Seja com sua guitarra, theremin, gaita ou mesmo seu pedal de distorção e amplificador, Jon debocha de qualquer previsão a seu respeito, até a mais óbvia que apostava que ele estaria 10 anos mais velho desde a última passagem do trio no Brasil, lá pelos idos de 2001 (embora ele tenha visitado São Paulo com seu duo rockabilly Heavy Trash há 2 anos). Observando Mr. Spencer em ação, fica claro que o tempo para ele não passou.

Na outra ponta do palco, Judah Bauer empunha a outra guitarra, bem mais contido, distribuindo esparsos sorrisos e acenos para o público, preferindo se concentrar na parte que lhe cabe do ruído e distorções. Enquanto isso, entre os amplificadores, um irredutível Russell Simins se derrete em suor, em uma simbiose com sua bateria, que é incessantemente maltratada.

The Jon Spencer Blues Explosion
Russell Simins e Jon Spencer
O retorno ao Brasil coincide com a reedição dos principais albuns da carreira (de audições obrigatórias: Extra Width, Orange, Acme e Now I Got Worry) além do lançamento da coletânea Dirty Shirt Rock'n'Roll, que abrange pérolas dos primeiros 10 anos da banda - que aliás está completando singelas duas décadas de existência. E o repertório apresentado no show de São Paulo fez questão de revisitar a maior parte da obra do grupo. O show transcorre numa sequência sem descanso. "Money Rock'n'Roll", "Very Rare", "Sweat" (video abaixo), "Blues X Man" e "Sweet N Sour" são alguns dos petardos escolhidos, tocados praticamente sem intervalo entre uma música e outra.


Depois de um intervalo de alguns minutos, a banda volta para a segunda parte no mesmo pique. Logo de cara, o hino niilista "My War" do Black Flag - uma das pedras fundamentais do lamaçal de onde emergiria o grunge - é destroçado em forma de punk blues. E mal Jon termina de berrar os versos finais, uma nova canção já se inicia, num ritmo que continua frenético. Até que a devastadora sequência com "Wail", "She Said" e "Bellbottoms" encerra a noite de celebração. Celebração daquele barulho sujo, direto e cru, que embora ultimamente venha trajando uma roupagem bem mais dispendiosa, mas ainda assim irá sempre existir por ai. Celebração do tal do rock'n'roll.

The Jon Spencer Blues Explosion
Jon Spencer

Wander Wildner, Rogério Skylab e Júpiter Maçã @ SESC Campinas, Julho/2011

Visando as comemorações do famigerado dia do rock (que este que vos escreve a princípio não vê muito fundamento), o SESC Campinas armou uma programação no mínimo inusitada para este mês de Julho. Focado na mistura de música e elementos que causam repulsa e desconforto como o terror, o trash e afins, o Festival Rock'n'Horror trouxe a cidade alguns dos nomes de maior destaque do rock que se aproxima dessa estética no país, como o ex-lider do Camisa de Vênus, Marcelo Nova, o bardo gaúcho Wander Wildner (ex-Replicantes), Rogério Skylab, em volta com o requiém Skylab X, que encerra seu decágono como este personagem, e Júpiter Maçã, o cânone da psicodelia riograndense desde o final dos anos 90. A agenda contava ainda com outros eventos como oficinas de história em quadrinhos e música, um mini curso do mitológico José Mojica Marins, o Zé do Caixão, além da exibição de clássicos do cinema do gênero. Estive lá para acompanhar parte dos shows que rolaram de 14 a 16 de Julho.
Wander Wildner
Wander Wildner

Na turnê de divulgação do seu mais recente disco, lançado este ano, o belo Caminando e Cantando, que combina composições próprias com canções de outros compositores (como Jimi Joe, o homem-Stuart Gustavo Kaly e Julio Reny), Wander Wildner retornava a Campinas carregando uma verve mais folk, mas que ao vivo não consegue se distanciar do punk rock sujo de sua origem.

Tocando para um público razoável (ainda mais considerando uma noite de quinta-feira, dia 14) e uma aparelhagem de som bastante competente (ponto positivo para o SESC), fez um ótimo show, com um repertório que cobria praticamente toda a carreira solo, como os clássicos "Maverickão", "Bebendo Vinho", "Eu tenho uma camiseta escrita eu te amo" e "Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro". Apareceram também as tradicionais versões para músicas de Iggy Pop (destaque para "O Passageiro", música do video abaixo), Sex Pistols (sua letra de "Lonely Boy" em português), Graforréia Xilarmônica, Júpiter Maçã, Belchior (com a impagável versão de "A Palo Seco") e, é claro, Replicantes.



Rogério Skylab
Rogério Skylab
Na sexta-feira foi a vez de Rogério Skylab importunar o público presente, neste dia um pouco maior que no anterior, com seu repertório ultra-provocativo. Combinando um instrumental pesado com letras absurdas que senão parecem ser geradas a partir do mais completo acaso, beiram o insuportável (e até o ultrapassam as vezes, visitando desde a escatológia a cenas de violência e sexo explícito), talvez fosse o artista que melhor se encaixava na proposta do festival. Você que nunca assistiu a um show dele, quando vê aquele senhor franzino de cabelos longos já grisalhos no palco não imagina o teor das músicas que está prestes a ouvir.


"Música para Paralítico", "Tem cigarro aí?", "Carne Humana", "Por dentro, por fora", "Matador de Passarinho" e o hino "Fátima Bernardes Experiência" foram apenas algumas do longo repertório de quase uma hora e meia de show. Por último, uma homenagem a aquele que iria se apresentar no dia seguinte: "Eu e Minha Ex", do amigo Júpiter Maçã.


Júpiter Maçã
Júpiter Maçã
Tocando para um público incrivelmente menor (mesmo em plena noite de sábado), Júpiter Maça - isto é, Flavio Basso e banda (que incluia o folclórico Astronauta Pinguim nos teclados) - fez um show bem mais curto que dos dias anteriores.

Com meu atraso acabei perdendo a anunciada participação especial de Skylab, mas ainda cheguei a tempo de ouvir algumas pérolas, como "A Marchinha Psicótica do Dr. Soup" e a obrigatória "Lugar do Caralho". Júpiter ainda voltou para um bis, mas logo depois de mais uma canção deixou o palco ouvindo o coro da diminuta platéia pedindo por "Miss Lexotan" e outras de sua obra maior, A Sétima Efervescência.


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Loomer toca My Bloody Valentine @ Asteroid Bar, 09/07/2011

Pois é, difícil imaginar outro que não o Loomer como grupo mais apto por essas bandas para representar ao vivo o nome maior do shoegaze, My Bloody Valentine.

Loomer toca My Bloody Valentine @ Asteroid bar

Mas é claro que isso não se tratava de uma tarefa simples. Trabalho que tomou um bom tempo de ensaio, a ponto de postergar os trabalhos do primeiro album do quarteto, e que resultou em um perceptível nervosismo até momentos antes de adentrarem o palco do Asteroid.

Loomer toca My Bloody Valentine @ Asteroid Bar

Entretanto, diferente dos clichês que rondam as bandas que optam pelo caminho do cover, eles deixaram bem claro que não iriam copiar as canções daquela que é uma das suas maiores influências. Nas palavras da própria Liege (baixista), o grupo tratou de frisar que eles iriam "loomeriar" o épico repertório shoegaze. Algo muito justo ao se pensar não só na admiração pelos ídolos britânicos mas no grau de complexidade e a insanidade técnica de Kevin Shields & cia.

E foi exatamente o que se viu e ouviu no Asteroid, versões daqueles clássicos tocados de olhares fixos ao chão (já que a timidez também parece ser outra característica compartilhada entre as duas bandas) no ferramental ruidoso que a Loomer dispõe (e que, convenhamos, não é pouco.)


No set de 12 músicas, não faltaram os canções obrigatórias, como "Only Shallow", "Lose My Breath", "You Never Should". A banda parecia se sentir em casa com as rápidas e barulhentas "Suesfine" e "Feed Me With Your Kiss", com destaque para a fusão dos vocais de Liege e Stefano. Também rolaram outras menos conhecidas, como "Honey Power" e "Lovelee Sweet Darlene", resgatada dos primórdios da discografia dos irlandeses. Para encerrar, uma arrebatadora versão de "You Made Me Realise".


Se ninguém é capaz de se igualar ao que o MBV fez um dia (como o próprio Kevin Shields parece crer), aquela aproximadamente uma hora de distorção e melodia foram suficientes para proporcionar largos sorrisos e realizar frações de um sonho que é ouvir aqueles que redefiniram o conceito de ruído dentro da música pop.

Loomer toca My Bloody Valentine @ Asteroid Bar


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S.O.M.A., Single Parents e Loomer @ Bar do Zé, 07/07/2011

A primeira parada da mini tour da Loomer por São Paulo foi na fria noite campineira da última quinta-feira. Pela primeira vez na cidade, a banda teve como companhia o S.O.M.A, de Campinas, e o Single Parents, vindo da capital paulista.

Primeira banda a se apresentar, os anfitriões do S.O.M.A. subiram ao palco por volta da meia-noite para desafiar o reduzido público com seu post rock experimental. O grupo, que já possui 3 EPs lançados pelo net label Sinewave e pretende lançar o primeiro disco cheio ainda este ano, soa cada vez mais afinado e seguro a cada show. Os destaques ficam por conta do confronto instrumental nos solos mais nervosos do trio, além do inusitado vocal de Lucas Lippaus no captador de sua guitarra.


Na sequência, era a vez do Single Parents apresentarem seu guitar rock com uma formação diferenciada: um novo guitarrista, incrementando consideravelmente o peso da banda ao vivo, melhor ainda para aqueles que apreciam mais barulho e distorção. O grupo, que anunciou esta semana o projeto de financiamento colaborativo para o lançamento do primeiro album através do site Catarse.me, apresentou um repertório com músicas do EP Could You Explain, incluindo Homesick, canção que possui clipe oficial, além de várias inéditas (uma delas contando com a participação especial de Liege Milk, baixista da Loomer, nos vocais) e um par de covers: a singela "Shook Down", dos camaradas do Yuck, e uma pequena jam de Nirvana encerrando a apresentação.


A missão de fechar a noite ficou por conta da banda mais aguardada. Na escuridão quase completa do palco, com o arsenal de pedais a postos, já era perto das 2h00 quando as guitarras da Loomer desferiram os primeiros acordes da intensa "Rocket Fuzz". Com um som devidamente alto, onde as guitarras encobriam os vocais quase por completo, depois de mandar "All Gone" e "Damned", o quarteto (como que ensaiando para o show inédito do sábado seguinte em Sorocaba) resolve resgatar uma versão garageira de "Lovelee Sweet Darlene", dos primórdios do My Bloody Valentine, um dos primeiros registros que flertam com o estilo que viria a consagrar a banda.


Em seguida, foi a vez da linda mistura de melodia e distorção de "Enough", faixa do primeiro EP, Mind Drops, que ganhou clipe recentemente. Dali em diante, foram testadas novas composições (entre elas, "Silent Noise", do video acima), um aperitivo do que deverá estar no primeiro album da banda, algumas inclusive ainda sem nome definido. Para finalizar, mais uma surpresa: "You Never Should", outro petardo de Kevin Shields e cia., que ganhou ainda mais sujeira na versão dos gauchos, uma pérola dessas que você não esquece facilmente.


  • Mais fotos do show no set do flickr, por Alessandra Luvisotto.

Loomer volta a SP para série de 3 shows

Para a alegria dos apreciadores das guitarras barulhentas, distorção e microfonia, um dos destaques da nova safra de ótimas bandas do Sul do país está de volta a São Paulo. A Loomer e sua parede sonora retornam aos palcos paulistas para uma série de shows em diferentes cidades do estado.


A mini tour começa na quinta-feira (7/7), no Bar do Zé em Campinas. É a primeira apresentação do grupo na cidade, acompanhados dos anfitriões e camaradas de selo da S.O.M.A. (ambos fazem parte do net label Sinewave), destilando post rock recheado de experimentações, e o Single Parents, power trio radicado em São Paulo que também aposta no indie rock carregado de influências noventistas.


Na sexta-feira (8/7), o quarteto segue para a capital, onde se apresenta na Urban Lounge, na Lapa, novamente com o Single Parents e o Hierofante Púrpura, banda de Mogi das Cruzes que "terminou" de lançar seu primeiro album (que havia sido dividido em 3 EPs), Transe Só, pela Popfuzz e Transfusão Noise Records.


Encerrando a passagem por SP, no sábado (9/7) a banda leva para o Asteroid Bar, em Sorocaba, um show-tributo exclusivo, que tem tudo para ser memorável: Loomer toca My Bloody Valentine. Sim, um set apenas com músicas do ícone maior do shoegaze, uma das maiores influências do grupo de Porto Alegre. Dispensa maiores explicações.

Superchunk @ Sorocaba - Virada Cultural Paulista 2011

A resenha do inesquecível show do Superchunk em Sorocaba, dentro da Virada Cultural Paulista desse ano foi publicada no site Mondo Bacana:

Superchunk @ Virada Cultural

"Grande surpresa na edição deste ano da Virada Cultural do interior paulista, agendada para os dias 14 e 15 de maio, o grupo de Chapel Hill, pequena cidade do estado da Carolina do Norte, foi escalado para uma turnê-relâmpago de apenas dois shows, ambos gratuitos, nas cidades de Mogi das Cruzes e Sorocaba. Tudo isso em menos de 24 horas. Um verdadeiro teste para uma banda que já passou dos 20 anos de estrada."


A resenha na íntegra você encontra no site do Mondo Bacana.


  • Mais fotos do Superchunk em Sorocaba no flickr, por Alessandra Luvisotto.

Teenage Fanclub @ Whisky Festival 2011

"A gente fica mais velho a medida que os anos passam, mas você não muda, ou ao menos eu não noto que tenha mudado." Apesar de serem apenas os versos iniciais do primeiro single da carreira do Teenage Fanclub, talvez este seja o trecho que melhor define a relação entre o fã-clube eternamente adolescente e o amado grupo escocês. É óbvio que todos envelhecemos, mudamos tanto a forma de executar uma canção quanto no jeito com a qual ouvimos, mas a impressão deixada por Everything Flows ao vivo é de que o tempo é de fato apenas mais um coadjuvante em relação a qualquer sentimento, seja da banda há mais de duas décadas na estrada ou dos olhos marejados do hoje-já-não-tão-jovem fã.

Lá se iam 7 anos de espera pelo retorno da banda que em 2004 fez uma série de shows que ficariam eternamente guardados na memória de muitos dos que presenciaram (até os próprios membros afirmaram na época que um dos shows, o último dos 3 realizados na capital paulista, havia sido a melhor apresentação da carreira da banda). E a exemplo de quando banda visitou o país pela primeira vez, os dois shows dentro da segunda edição do Whisky Festival 2011, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro, não pouparam emoção e nostalgia.

Teenage Fanclub @ The Week, SP - 11/05/2011

A curta turnê começou em plena quarta-feira no The Week, conhecido reduto da música eletrônica (e endinheirada) na capital paulista, ou seja, sofisticado demais para o público daquela noite. Porém os fãs que esgotaram rapidamente os 2 lotes de ingressos disponibilizados para a edição de São Paulo não pareciam preocupados com aspecto um tanto quanto incoerente do local, queriam apenas matar a saudade daquelas canções vindas do norte britânico.

teenage fanclub @ the week - SP

Passada meia-noite, depois de muito observar o roadie gente boa George (Borowski - para quem não conhecia, aquele mesmo que "sabe todos os acordes", imortalizado no clássico "Sultans of Swing", do Dire Straits) afinar inúmeros instrumentos, enfim os escoceses adentram o palco e começam logo com "Start Again", canção que abre Songs from Northern Britain, de 1997, com vocal dividido entre os três compositores, Norman Blake, Gerard Love e Raymond McGinley, e o ancioso público que lotou o pavilhão do espetáculo.

teenage fanclub @ the week - SP

No princípio, a banda optou por experimentar os destaques dos dois últimos albuns (do mais recente disco Shadows, do ano passado, "Sometimes I don't believe in anything", "The Past" e "Baby Lee", que mesmo sem as cordas adicionais soa bela, e do album Man-Made, de 2005, "It's all in my mind"), fórmula que pareceu funcionar dentre os fãs mais recentes. Mas para não deixar os antigos admiradores para trás, trataram de desfilar os clássicos, a começar por "Don't Look Back", cujo refrão foi entoado por muitos. A harmonia perfeita de "About You" e os riffs da era Bandwagonesque de "Star Sign", sempre com o auxílio do quinto Teenage na guitarra adicional, David McGowan, serviram para conquistar a platéia de vez. Alguns já estariam satisfeitos se o show terminasse naquele instante mesmo.


Para acentuar o romantismo, especialidade do quinteto, mais uma sequência matadora: Norman emendou "I Don't Want Control of You", que continuou com a declaração de amor de Gerard em "I Need Direction", seguida do pop infectuoso de "Mellow Doubt", "Your Love is the Place Where I Come From", atendendo a pedidos da platéia, e "Ain't That Enough". A calmaria de "When I Still Have Thee", mais uma do Shadows, apenas preparou o público para a dupla fatal que fecharia a primeira parte do show: a ensolarada "Sparky's Dream" e as distorções de "The Concept", duas obras-primas da banda, ambas cantadas em uníssono. A aquela altura, parecia impossível sair ileso da história cantada por Norman, de uma simples garota que curtia Status Quo e usava jeans onde quer que ela fosse. Ele fala que não queria machucá-la, mas como se proteger daqueles riffs cortantes misturados aos lamentos juvenis que se faziam melodia?

teenage fanclub @ the week - SP

Para os que sobreviveram ao primeiro teste e que conseguiram aguardar mais alguns minutos até o bis, tiveram o alívio com "Sweet Days Waiting", seguida de "My Uptight Life". Porém poucos esperavam o final arrebatador que vinha pela frente: duas pérolas do Grand Prix, de 1995, "Neil Jung" e "Discolite", e o encerramento com as guitarras dilacerantes de "Everything Flows", que mesmo com um pequeno deslize de Norman na letra, era o golpe que faltava para derramar as lágrimas de quem havia resistido até aquele momento.

Setlist - São Paulo
  1. Start Again
  2. Sometimes I Don't Need To Believe In Anything
  3. The Past
  4. It's All In My Mind
  5. Don't Look Back
  6. Baby Lee
  7. About You
  8. Star Sign
  9. I Don't Want Control Of You
  10. I Need Direction
  11. Mellow Doubt
  12. Your Love Is The Place Where I Come From
  13. Ain't That Enough
  14. When I Still Have Thee
  15. Sparky's Dream
  16. The Concept
Bis
  1. Sweet Days Waiting
  2. My Uptight Life
  3. Neil Jung
  4. Discolite
  5. Everything Flows

Teenage Fanclub @ Circo Voador, RJ - 12/05/2011

Logo no dia seguinte era vez do Rio de Janeiro receber a banda pela primeira vez. Desta vez o local parecia bem mais apropriado, no Circo Voador, renomado espaço carioca, que já recebeu inúmeras atrações de peso, com a promessa de um melhor aparelhamento (o show em SP de fato deixou a desejar com alguns problemas no som em determinados momentos). Entretanto, diferente da edição paulista, os ingressos para o show do Rio não foram esgotados, mas mesmo assim o espaço recebeu um bom público.

Teenage Fanclub @ Circo Voador, Rio de Janeiro

Por volta do mesmo horário do show de São Paulo, a banda surge com um set inicialmente semelhante ao da noite anterior até que na décima-primeira música, entre os clássicos, surgem "What You Do To Me" e "Alcoholiday", duas das favoritas dos amantes da fase mais guitarreira do grupo. Essa foi a principal diferença dos dois shows: enquanto em São Paulo, a banda privilegiou os fãs do Grand Prix e posteriores, no Rio foram escolhidas mais músicas dos primeiros albuns, com destaque para o Bandwagonesque, de 1991. Mas isso não mudou a reação do público, que mais uma vez fez companhia no vocal nas composições mais recentes e especialmente nos clássicos. E foi abatido com a dobradinha contrastante de "Sparky's Dream" e "The Concept" novamente finalizando a primeira parte da apresentação.


O bis no Rio seguiu a mesma estratégia da versão paulistana, com uma crescente de emoções. Começou com a psicodélia tranquila de Raymond em "Today Never Ends", a cover de Bevis Frond, "He'd Be a Diamond", e o punk pop de "Radio", outra favorita das canções antigas, do disco Thirteen, de 1993 - todas canções inéditas no show de quarta. Para encerrar, mais uma vez é escolhida a perfeição melancólica de "Everything Flows", trilha sonora ideal para por o ponto final em mais uma comovente apresentação.

Setlist - Rio de Janeiro
  1. Start Again
  2. Sometimes I Don't Need To Believe In Anything
  3. The Past
  4. It's All In My Mind
  5. Don't Look Back
  6. Baby Lee
  7. About You
  8. Star Sign
  9. I Don't Want Control Of You
  10. I Need Direction
  11. What You Do To Me
  12. Alcoholiday
  13. Your Love Is The Place Where I Come From
  14. Ain't That Enough
  15. When I Still Have Thee
  16. Sparky's Dream
  17. The Concept
Bis
  1. Today Never Ends
  2. He'd Be A Diamond (The Bevis Frond cover)
  3. Radio
  4. Everything Flows

Se não tão emocionante quanto a primeira vinda do grupo ao país, essa nova passagem sem certamente ficará guardada na lembrança de muitos. Para os amantes do power pop de melodia primorosa e dos versos que contrastam delicadeza com um forte apelo sentimental, é praticamente impossível sair indiferente de uma apresentação dos escoceses.
A harmonia única da banda em cima do palco, principalmente entre os três compositores/vocalistas, aliada a simplicidade das melodias talvez sejam o segredo de tamanha perfeição ao vivo. Junte a isso uma listagem de músicas  que cobre praticamente toda a carreira e então temos, sem exageros, um dos melhores shows de uma das mais importantes instituições do rock alternativo dos últimos vinte anos. Vinte anos que podem ter alterado a voz, as letras, os instrumentos e a forma de tocá-los, mas nem por isso mudaram a fidelidade dos membros do fã-clube e seus sentimentos pela banda.


  • Mais fotos da apresentação em São Paulo no flickr de Alessandra Luvisotto.
  • E mais algumas fotos de São Paulo e Rio de Janeiro aqui.