Clipe: Pública - Corpo Fechado

Conforme prometido na ocasião do lançamento do single semana passada, os gaúchos da Pública disponibilizaram nessa terça-feira via Youtube o clipe de sua nova canção "Corpo Fechado". Todo filmado em preto e branco, de uma fotografia magistral, o video conta ainda com o chapa Ynaiã Benthroldo, baterista do Macaco Bong, atuando como um dos protagonistas.


O aguardado Canções de Guerra, terceiro álbum do grupo, gravado no primeiro semestre deste ano, não tem data de lançamento definida mas deverá sair muito em breve, ainda em 2011.

Clipe: Pata de Elefante - Pesadelo no Bambus

Talvez a gurizada porto alegrense frequentadora dos bolichos (uma das denominações para o famigerado boteco lá pelo Sul) e similares se identifique mais ou menos o que se passa nessa surreal animação feita para o rock instrumental de "Pesadelo no Bambus", mais um excelente vídeo do power trio Pata de Elefante.


"Pesadelo..." é uma das faixas do album mais recente dos gaúchos, Na Cidade, o terceiro na carreira da banda, lançado em 2010 como album virtual da Trama (pode ser baixado gratuitamente aqui). É o primeiro clipe em animação do grupo, que continua utilizando a capital rio-grandense como pano de fundo (Bambus dá nome a um dos bares da cidade), como nos videos anteriores de "Soltaram!",  "Pata de Elefante" e o sensacional "Um olho no fósforo, outro na fagulha".

Instiga e Malditas Ovelhas! em Campinas nessa sexta-feira

Nessa sexta-feira, para alegria dos fãs campineiros, o Instiga volta ao palco do Bar do Zé, recepcionando o experimentalismo do Malditas Ovelhas!, de São Carlos, pela Noite Fora do Eixo, promovida pelo Coletivo Ajuntaê, de Campinas.


O Instiga já é nosso velho conhecido. O grupo, que existe desde 2004, hoje figura como um dos nomes de maior destaque da cena musical de Campinas, com três albuns já lançados (a discografia encontra-se disponível para download gratuito no site da banda). Dono de um indie rock simples porém caprichado, com letras em português, que em momentos se aproximam do radiofônico, o trio conta com algo do que melhor se produziu no independente nacional dos últimos anos.

Já o Malditas Ovelhas!, quarteto de multi-instrumentalistas formado na UNESP de Araraquara há cinco anos, aposta em experimentações num caldeirão de sons e ritmos que vão do rock psicodélico à música caipira. A banda possui uma demo lançada em 2010 e está em vias de lançar o primeiro EP oficial.

A festa está marcada para começar as 22h, com ingressos a R$ 10 (ou R$ 8 para quem enviar seu nome pra lista@ajuntae.foradoeixo.org.br)

Novo single da Pública: Corpo Fechado


Ainda dentro do rock vindo do Sul, os gaúchos da Pública, ao lado dos Superguidis um dos principais nomes do indie rock dos anos 00 por aquelas bandas, lançaram nesta terça pelo site da Revista Noize "Corpo Fechado", o primeiro single de Canções de Guerra, próximo album do grupo. Com os pés no rock alternativo e britpop, a nova faixa segue a receita de sucesso de composições anteriores, mas agora apostando em arranjos um pouco mais audaciosos.

Corpo Fechado - Pública by Revista NOIZE

Depois do aplaudido Polaris, de 2006, e da confirmação com Como num Filme Sem Fim, de 2009 (disponíveis para download gratuito no perfil do TramaVirtual e no site oficial da banda), Canções será o terceiro disco do grupo, que trocou o Rio Grande do Sul pela capital paulista desde o ano passado.
E "Corpo Fechado" não para por aí. O clipe para a canção já tem data de estréia marcada: próximo dia 23.

Clipe: Jupiter Apple - Calling All Bands

De um rock inglês mais andrógino que psicodélico, "Calling All Bands" é a mais recente pérola de Jupiter Apple, o alter ego britânico do ícone gaúcho Flávio Basso, originalmente apodado de Júpiter Maçã.


Calling All Bands, ao lado de Modern Kid, são as músicas do single de tiragem limitada que sai pela nova empreitada de Jupiter, o selo J.A.C.K. - Jupiter Apple Corporation and Kingdom. Masterizado em Abbey Road, o compacto foi produzido por Simon Gibson, um dos engenheiros responsáveis pela recente remasterização dos trabalhos dos Beatles.

Single Parents apresenta versões acústicas no site Showlivre.com

Por falar em catarse.me, os paulistanos do Single Parents também estão no site com o projeto para financiamento coletivo do seu primeiro album. Esta semana o grupo apresentou algumas das canções que estarão no disco em versões acústicas no site Showlivre.com. O video abaixo é de "Beggining of your rage":


Na mesma sessão, eles também gravaram videos para "Escape" e "Last Conversation", além de entrevistas explicando a proposta colaborativa e a produção do primeiro disco.
O trio, que lançou o EP Could You Explain? contendo 4 faixas em 2010 (disponível para download no myspace da banda), está bem próximo de atingir a meta programada, mas ainda falta um pouco. Experimentando as músicas do grupo, já dá pra se ter uma idéia do que vem por ai: indie rock cantado em inglês, recheado de guitarras noventistas, com pitadas de grunge e shoegaze. Se você curtiu, visite a página do projeto, veja as recompensas oferecidas e colabore. Mas fique ligado que o projeto se encerra já na próxima semana, dia 18.

Clipe: Inverness - Winter Lemonade

Aprecie a beleza dos mais simples momentos. Esse é o espírito do novo clipe do Inverness para a igualmente bela "Winter Lemonade", lançado no final de julho:


Aliás, parabéns pelo sucesso da banda no projeto de financiamento colaborativo do terceiro disco dentro do site Catarse. Ou seja, depois de Forest Fortress e Somewhere I Can Hear My Heart Beating (ambos os discos estão disponíveis para download no perfil da banda dentro do TramaVirtual, assim como a faixa "Winter Lemonade"), em breve teremos novo album e mais um clipe dos caras.
E ainda faltam 24 dias até o encerramento do projeto. Se você quiser contribuir, ainda dá tempo.

Hangovers em turnê por SP no final de agosto


O "grunge universitário" instrumental da Hangovers, uma das mais recentes crias do roque pauleira do Sul do país, visita São Paulo pela segunda vez esse ano, agora pela (sic) "Ainda Bebbbendo Sssocialmente Tour". A banda é formada pela inquieta Liege Milk (Loomer, Medialunas), que aqui cuida das baquetas, e a dupla de guitarras com Theo Portalet e Gabriel "Lixo". Isso mesmo, nada de baixo.


Com um EP de 6 faixas na bagagem, o desaforado Bebendo Socialmente (disponível para download gratuito no perfil da banda na TramaVirtual), o trio que esta semana se apresenta em Porto Alegre, na festa que comemora os 18 anos da instituição gaudéria de rock pesado Walverdes, tem shows agendados em Votorantim, Sorocaba e São Paulo, além da apresentação na Tv Trama que será transmitida ao vivo pela web.


Para aqueles que apreciam um bom e não tão velho assim (afinal, os anos 90 foram ontem) rock de guitarras rápidas e um bocado mais pesadas (lê-se Nirvana, Soundgarden, Melvins, Kyuss, Queens of the Stone Age e cia.), vale a pena conferir de perto. E já que eles vão passar por Sorocaba, bem que podiam cruzar com o Iansã para cometer esse estrago novamente.

Update: a Hangovers incluiu mais um show na capital, dia 27, juntamente com Alarde, La Carne e Mavka. Veja o cartaz acima já atualizado.

Lê Almeida, Hierofante Púrpura e Refluxo @ Casa Dissenso, 30/07/2011

Noite de sábado na capital. Finalmente nossa chance de assistir Hierofante Púrpura e Lê Almeida pela primeira vez ao vivo, e de quebra conhecer outra banda de São Paulo, Refluxo. Passada a garoa que ameaçou prejudicar os planos da noite, saímos rumo à sempre aprazível Casa Dissenso.

Refluxo @ Casa Dissenso
Refluxo
Já passavam alguns minutos das 10 horas quando o Refluxo, primeira atração da noite, tocou seus primeiros acordes. O trio de São Paulo que conta com o casal Luci (ex-Labirinto) e Marcelo (ex-Debate) no baixo e guitarra respectivamente. A dupla também divide os vocais, todos em inglês. A maior aposta do grupo é o rock alternativo americano dos anos 90 (ou seja, nomes como Sonic Youth, Polvo e Superchunk), embora em algumas canções também remeta a uma pegada do post-hardcore, como Jawbox e Les Savy Fav. Os poucos que haviam chegados viram uma boa exibição, porém bastante breve, de cerca de 30 minutos.

Alguns minutos mais tarde, era a vez do Hierofante Púrpura, da vizinha Mogi das Cruzes, mostrar seu rock de mistura e muita intensidade. Mistura essa que combina desde o psicodélico e progressivo aos ritmos quebrados do math rock e a poesia concreta. Achou estranho? A idéia, ao que parece, é justamente essa. A intensidade é justificada por toda transpiração dos três no palco.

Hierofante Púrpura @ Casa Dissenso
Hierofante Púrpura
Já com uma platéia que preenchia a salinha da Dissenso, o grupo deu vazão às composições do seu recém finalizado Transe Só (primeiro album do grupo, lançado em conjunto pela Popfuzz Records e a Transfusão Noise Records, disponível para download gratuito.) Durante a apresentação, ainda compartilharam os vocais com Bea Rodrigues (baixo e vocal do Mavka) e o "convidado especial" da noite e companheiro de selo, Lê Almeida. E assim, em um pouco menos de uma hora, fizeram um ótimo show, numa performance contagiante e um repertório que parece soar ainda melhor ao vivo.


Na sequência, o aguardado time de Lê Almeida e sua trupe tratou de tomar conta dos amplificadores da casa.
Lê Almeida @ Casa Dissenso
Lê Almeida
Lê Almeida, o aniversariante da noite, é sem dúvidas alguém que realmente merece aplausos. Dividindo o tempo do seu trabalho diário, ele é fundador e um dos que tocam a Transfusão Noise Records, estúdio de gravação nascido literalmente no seu quarto, no mais puro exemplo do "faça você mesmo" e do lo-fi levado a sério. Ele ainda participa de outras bandas além do projeto que leva seu nome e, ao lado de seus amigos, luta para movimentar uma cena totalmente independente na Baixada Fluminense, o que hoje é um tremendo desafio.

Lê Almeida @ Casa Dissenso
Lê Almeida
Não bastassem esses feitos, Lê ainda é sinônimo de bons sons. Desde 2007, vem lançando pepitas de indie rock, psicodelia e pop radiofônico, tudo produzido dentro da estética loufai, como o próprio brinca. Material que deixa fãs de nomes como Pixies, Pavement e Teenage Fanclub com sorriso estampado no rosto. No mês passado, liberou para download seu primeiro album, Mono Maçã, onde seu leque de temas é ampliado ainda mais. Com gotas sonoras que duram desde menos de 60 segundos (alguém aí falou em Guided by Voices?) a uma viagem que ultrapassa os 6 minutos, Lê canta sobre a amizade, seu amor por bicicletas, paisagens ensolaradas e segredos sobre extraterrestres, entre outros assuntos. Certamente forte candidato a um dos discos do ano.


Contando com duas guitarras, um baixo, bateria e animação de sobra (a corda quebrada de uma das guitarras de Lê é prova disso), abusaram do excelente som da casa: um desfile de drops de pop e indie rock, recheados de guitarras e distorção. Focado principalmente nas faixas do Mono MaçãREVI (lançado em 2009), fizeram um impressionante set de mais de 20 músicas em aproximadamente uma hora de apresentação. Além das composições próprias, intercalaram pérolas de Pavement ("Loretta's Scars" e o b-side "Debris Slide") com a participação dos amigos hierofantes Gabriel e Danilo, além da homenagem aos conterrâneos do Second Come com "Run, Run" (que estará no tributo à banda previsto para este semestre). Fechando em grande estilo, o épico pavementiano "Por Favor Não Morra".

Lê Almeida @ Casa Dissenso
Lê Almeida

The Jon Spencer Blues Explosion @ Bourbon Street, 28/07/2011

Celebração. Se pudesse resumir em uma só palavra o que Jon Spencer e seus comparsas cometeram na última quinta-feira (28 de julho) no Bourbon Street Music Club em São Paulo, esta talvez fosse a que melhor se encaixaria.

Casa cheia, porém sem esgotar os ingressos, que chegaram a salgados 180 reais na noite do show (a primeira leva já custava 120 reais). Pouco depois das 23h, horário programado para o início, os nova-iorquinos adentraram o pequeno palco da casa.
The Jon Spencer Blues Explosion
Jon Spencer
Jon Spencer é um monstro em cima do palco. Em meio a caras e bocas, convoca todos para sua festa particular, esbravejando seus "Blues Explosion" como um mantra que parece evocar todos os espíritos garageiros. O fato é que Link Wray e Lux Interior de alguma forma estavam alí. Seja com sua guitarra, theremin, gaita ou mesmo seu pedal de distorção e amplificador, Jon debocha de qualquer previsão a seu respeito, até a mais óbvia que apostava que ele estaria 10 anos mais velho desde a última passagem do trio no Brasil, lá pelos idos de 2001 (embora ele tenha visitado São Paulo com seu duo rockabilly Heavy Trash há 2 anos). Observando Mr. Spencer em ação, fica claro que o tempo para ele não passou.

Na outra ponta do palco, Judah Bauer empunha a outra guitarra, bem mais contido, distribuindo esparsos sorrisos e acenos para o público, preferindo se concentrar na parte que lhe cabe do ruído e distorções. Enquanto isso, entre os amplificadores, um irredutível Russell Simins se derrete em suor, em uma simbiose com sua bateria, que é incessantemente maltratada.

The Jon Spencer Blues Explosion
Russell Simins e Jon Spencer
O retorno ao Brasil coincide com a reedição dos principais albuns da carreira (de audições obrigatórias: Extra Width, Orange, Acme e Now I Got Worry) além do lançamento da coletânea Dirty Shirt Rock'n'Roll, que abrange pérolas dos primeiros 10 anos da banda - que aliás está completando singelas duas décadas de existência. E o repertório apresentado no show de São Paulo fez questão de revisitar a maior parte da obra do grupo. O show transcorre numa sequência sem descanso. "Money Rock'n'Roll", "Very Rare", "Sweat" (video abaixo), "Blues X Man" e "Sweet N Sour" são alguns dos petardos escolhidos, tocados praticamente sem intervalo entre uma música e outra.


Depois de um intervalo de alguns minutos, a banda volta para a segunda parte no mesmo pique. Logo de cara, o hino niilista "My War" do Black Flag - uma das pedras fundamentais do lamaçal de onde emergiria o grunge - é destroçado em forma de punk blues. E mal Jon termina de berrar os versos finais, uma nova canção já se inicia, num ritmo que continua frenético. Até que a devastadora sequência com "Wail", "She Said" e "Bellbottoms" encerra a noite de celebração. Celebração daquele barulho sujo, direto e cru, que embora ultimamente venha trajando uma roupagem bem mais dispendiosa, mas ainda assim irá sempre existir por ai. Celebração do tal do rock'n'roll.

The Jon Spencer Blues Explosion
Jon Spencer

Wander Wildner, Rogério Skylab e Júpiter Maçã @ SESC Campinas, Julho/2011

Visando as comemorações do famigerado dia do rock (que este que vos escreve a princípio não vê muito fundamento), o SESC Campinas armou uma programação no mínimo inusitada para este mês de Julho. Focado na mistura de música e elementos que causam repulsa e desconforto como o terror, o trash e afins, o Festival Rock'n'Horror trouxe a cidade alguns dos nomes de maior destaque do rock que se aproxima dessa estética no país, como o ex-lider do Camisa de Vênus, Marcelo Nova, o bardo gaúcho Wander Wildner (ex-Replicantes), Rogério Skylab, em volta com o requiém Skylab X, que encerra seu decágono como este personagem, e Júpiter Maçã, o cânone da psicodelia riograndense desde o final dos anos 90. A agenda contava ainda com outros eventos como oficinas de história em quadrinhos e música, um mini curso do mitológico José Mojica Marins, o Zé do Caixão, além da exibição de clássicos do cinema do gênero. Estive lá para acompanhar parte dos shows que rolaram de 14 a 16 de Julho.
Wander Wildner
Wander Wildner

Na turnê de divulgação do seu mais recente disco, lançado este ano, o belo Caminando e Cantando, que combina composições próprias com canções de outros compositores (como Jimi Joe, o homem-Stuart Gustavo Kaly e Julio Reny), Wander Wildner retornava a Campinas carregando uma verve mais folk, mas que ao vivo não consegue se distanciar do punk rock sujo de sua origem.

Tocando para um público razoável (ainda mais considerando uma noite de quinta-feira, dia 14) e uma aparelhagem de som bastante competente (ponto positivo para o SESC), fez um ótimo show, com um repertório que cobria praticamente toda a carreira solo, como os clássicos "Maverickão", "Bebendo Vinho", "Eu tenho uma camiseta escrita eu te amo" e "Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro". Apareceram também as tradicionais versões para músicas de Iggy Pop (destaque para "O Passageiro", música do video abaixo), Sex Pistols (sua letra de "Lonely Boy" em português), Graforréia Xilarmônica, Júpiter Maçã, Belchior (com a impagável versão de "A Palo Seco") e, é claro, Replicantes.



Rogério Skylab
Rogério Skylab
Na sexta-feira foi a vez de Rogério Skylab importunar o público presente, neste dia um pouco maior que no anterior, com seu repertório ultra-provocativo. Combinando um instrumental pesado com letras absurdas que senão parecem ser geradas a partir do mais completo acaso, beiram o insuportável (e até o ultrapassam as vezes, visitando desde a escatológia a cenas de violência e sexo explícito), talvez fosse o artista que melhor se encaixava na proposta do festival. Você que nunca assistiu a um show dele, quando vê aquele senhor franzino de cabelos longos já grisalhos no palco não imagina o teor das músicas que está prestes a ouvir.


"Música para Paralítico", "Tem cigarro aí?", "Carne Humana", "Por dentro, por fora", "Matador de Passarinho" e o hino "Fátima Bernardes Experiência" foram apenas algumas do longo repertório de quase uma hora e meia de show. Por último, uma homenagem a aquele que iria se apresentar no dia seguinte: "Eu e Minha Ex", do amigo Júpiter Maçã.


Júpiter Maçã
Júpiter Maçã
Tocando para um público incrivelmente menor (mesmo em plena noite de sábado), Júpiter Maça - isto é, Flavio Basso e banda (que incluia o folclórico Astronauta Pinguim nos teclados) - fez um show bem mais curto que dos dias anteriores.

Com meu atraso acabei perdendo a anunciada participação especial de Skylab, mas ainda cheguei a tempo de ouvir algumas pérolas, como "A Marchinha Psicótica do Dr. Soup" e a obrigatória "Lugar do Caralho". Júpiter ainda voltou para um bis, mas logo depois de mais uma canção deixou o palco ouvindo o coro da diminuta platéia pedindo por "Miss Lexotan" e outras de sua obra maior, A Sétima Efervescência.


  • Mais fotos dos shows no set do flickr.

Loomer toca My Bloody Valentine @ Asteroid Bar, 09/07/2011

Pois é, difícil imaginar outro que não o Loomer como grupo mais apto por essas bandas para representar ao vivo o nome maior do shoegaze, My Bloody Valentine.

Loomer toca My Bloody Valentine @ Asteroid bar

Mas é claro que isso não se tratava de uma tarefa simples. Trabalho que tomou um bom tempo de ensaio, a ponto de postergar os trabalhos do primeiro album do quarteto, e que resultou em um perceptível nervosismo até momentos antes de adentrarem o palco do Asteroid.

Loomer toca My Bloody Valentine @ Asteroid Bar

Entretanto, diferente dos clichês que rondam as bandas que optam pelo caminho do cover, eles deixaram bem claro que não iriam copiar as canções daquela que é uma das suas maiores influências. Nas palavras da própria Liege (baixista), o grupo tratou de frisar que eles iriam "loomeriar" o épico repertório shoegaze. Algo muito justo ao se pensar não só na admiração pelos ídolos britânicos mas no grau de complexidade e a insanidade técnica de Kevin Shields & cia.

E foi exatamente o que se viu e ouviu no Asteroid, versões daqueles clássicos tocados de olhares fixos ao chão (já que a timidez também parece ser outra característica compartilhada entre as duas bandas) no ferramental ruidoso que a Loomer dispõe (e que, convenhamos, não é pouco.)


No set de 12 músicas, não faltaram os canções obrigatórias, como "Only Shallow", "Lose My Breath", "You Never Should". A banda parecia se sentir em casa com as rápidas e barulhentas "Suesfine" e "Feed Me With Your Kiss", com destaque para a fusão dos vocais de Liege e Stefano. Também rolaram outras menos conhecidas, como "Honey Power" e "Lovelee Sweet Darlene", resgatada dos primórdios da discografia dos irlandeses. Para encerrar, uma arrebatadora versão de "You Made Me Realise".


Se ninguém é capaz de se igualar ao que o MBV fez um dia (como o próprio Kevin Shields parece crer), aquela aproximadamente uma hora de distorção e melodia foram suficientes para proporcionar largos sorrisos e realizar frações de um sonho que é ouvir aqueles que redefiniram o conceito de ruído dentro da música pop.

Loomer toca My Bloody Valentine @ Asteroid Bar


  • Mais fotos do show no set do flickr de Alessandra Luvisotto.