Inverness, Single Parents e Loomer @ Casa Dissenso, 26/11/2010

Finalizando uma semana de maratona de shows incríveis como poucas vezes a capital paulista viu (começando com Mummies e El Mató a un Policía Motorizado, passando pelo Planeta Terra Festival e Paul McCartney e completando com um inacreditável Hallogallo e a lenda chamada Buzzcocks (mais sobre o show aqui)), era noite de celebração de guitarras na sempre agradável Casa Dissenso. Os anfitriões Inverness e Single Parents receberiam a aguardada visita dos gaúchos da Loomer, destaque não apenas do rock no RS mas também um das melhores revelações da nova cena noise do país.

Contratempos do deslocamento Campinas-Sampa a parte, chegamos na metade do show da primeira banda, Inverness. Apresentando algumas das canções do recentemente lançado Somewhere I can hear my heart beating, segundo album da banda, o então trio teve que se desdobrar para compensar a ausência da outra guitarra de Mateus, além do sintetizador, falta sentida principalmente nas composições mais elaboradas. Mesmo assim, deram conta do recado e ainda apostaram em uma mini jam em "To Finally Sleep" na base do bateria-baixo-guitarra e distorção.


Na sequência, era a vez do power-trio (esse sem nenhum desfalque) do Single Parents. Com letras em inglês e um estilo fortemente influenciado pelo indie guitar noventista (parece até que se pode ouvir pitadas de Sonic Youth, Superchunk ou as quebras de Pixies e Polvo em alguns trechos mais complexos), a banda mostrou as músicas do EP Could You Explain?, lançado no começo deste ano. O show que começou morno (talvez em razão de boa parte do público insistir em continuar sentado) foi esquentando com o tempo e terminou bem animado com "Last Conversation". Houve tempo ainda para uma cover de "Careful", do Sebadoh, outra grata influência da banda.


A tarefa de fechar a noite ficou por conta do show mais esperado da noite, Loomer. Com 2 EPs nas costas, Mind Drops, de 2009, e Coward Soul, lançado há dois meses em conjunto por 3 selos, Senhor F, Midsummer Madness e Sinewave, a banda retorna a São Paulo depois de exatamente um ano, quando participou no II Sinewave Festival.

E a parede sonora construída no diminuto palco da Dissenso justificou logo de cara a fama do quarteto. Enquanto Richard em uma das guitarras e Guilherme na bateria  tratam de conduzir a base, Stefano, munido de outra guitarra e um cartel invejável de pedais de efeitos, se alterna nos vocais quase inaudíveis com Liege, que ainda cuida de um baixo estridente e seu bom e velho Bigmuff.


Mais do que fiéis escudeiros de Kevin Shields e seu My Bloody Valentine e o Dinosaur Jr. de J. Mascis, a Loomer ainda trata de fazer jus as influência do rock independente nacional dos anos 90 (que se percebe logo na camiseta de Liege com a escrita "Killing Chainsaw" ou na arrepiante versão de "Feel Like I don't know what I'm doing" do lendário grupo carioca Second Come). A melodia e distorção resultantes desse turbilhão são o que de melhor se produz no país para os fãs do shoegaze.


No palco, a timidez com que os membros da banda encaram o público contrasta com a entrega do grupo ao apresentar suas músicas. Além de tocar a maioria das faixas dos dois EPs, também experimentaram algumas novas canções (ainda sem nome e que, conforme já alertaram, provavelmente passarão por mudanças no futuro).

  • Baixe os 2 albuns do Inverness no perfil da banda na TramaVirtual
  • Baixe o EP Could You Explain? do Single Parents no perfil da banda na Tramavirtual
  • Baixe os 2 EPs da Loomer no site da Sinewave

Buzzcocks @ Clash Club, 25/11/2010

Barulho, suor e cerveja. Esses três foram talvez os principais ingredientes que se juntaram a boa e velha escola de punk rock do Buzzcocks da noite de quinta passada (dia 25) no Clash em São Paulo. Se o barulho em si deixava a desejar em certos momentos (obviamente não por culpa dos grupos, mas em razão da aparelhagem do local), banda e público trataram de dar uma aula de quase uma hora e meia ensinando como se festeja o rock'n'roll.


Chegamos pouco antes do término do show dos californianos do Adolescents, outro nome da velha guarda do punk rock (também fundada no final dos anos 70), que se apresentava pela primeira vez no Brasil e, a aquela altura, incendiava a casa que já começava a lotar.


Terminado o primeiro show, era hora da longa espera pela principal atração da noite. Diferente das outras 3 ocasiões em que a banda visitou o país, dessa vez a turne Another Bites se concentraria nos primeiros lançamentos da banda, de audição obrigatória, Another Music in a Different Kitchen, Love Bites e a coletânea Singles Going Steady, além do seminal EP, Spiral Scratch, o que acentuava ainda mais o caráter histórico da apresentação.


Depois de mais de uma hora no aguardo, Pete Shelley e Steve Diggle, acompanhados de baixista e baterista convidados, finalmente deram as caras. Logo de começo, o medley "Boredom"/"Fast Cars" deu o tom do que seria aquela noite. A cada clássico, um show a parte no animado pogo a frente do palco. E os clássicos foram muitos, é claro: tiros nervosos de "Autonomy", "Whatever Happened to...?" (video abaixo), "Noise Annoys", "Breakdown", "What do I get?", a baladinha punk de "Love is Lies", a batida incrível de "Moving Away from the Pulsebeat", entre tantas outras. Tão impressionante quanto o set de pérolas é a vitalidade com que os veteranos guitarristas demonstram no palco. Enquanto Shelley se concentra em tomar as rédeas do espetáculo, o elétrico Diggle parece não conseguir ficar parado, espancando seu instrumento e pulando como se estivessemos em 79. Finalizando a primeira parte da apresentação, "I Believe" é cantada em coro pelo público.


Poucos minutos depois, as palmas e gritos por bis são atendidos e o quarteto volta para fechar com "Harmony in My Head", "Oh Shit" e os dois maiores clássicos do grupo, "Ever Falling in Love" e "Orgasm Addict" para o delírio da roda punk.


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Usina Festival 2010 - Dia 2 @ Asteroid, 18/09/10

No último final de semana, Sorocaba foi palco de mais uma edição do Usina Festival, evento idealizado pelos integrantes da banda The Name, que vem se firmando como um dos destaques do calendário musical da cidade. Este ano com o nome de "Asteroid apresenta Usina Festival", realizado pela primeira vez no Asteroid Bar, contando com o apoio dos amigos Mario Bross e cia, o evento foi realizado em dois dias, sexta-feira e sábado. O Rock Safari perdeu a primeira noite de festa, que contou com os sorocabanos da Tijolo, Os Rélpis, outra banda vinda do interior do estado, a curitibana Subburbia e a atração internacional do The Blank Tapes, mas esteve lá no sábado para ver de perto os shows de Homemade Blockbuster, Volantes, Volpina e o esperado retorno da lenda Vzyadoq Moe.


A revelação Homemade Blockbuster, de Curitiba, foi a primeira atração da noite. Numa levada que remete ao novo rock dançante cantado em inglês que diversas vezes lembra Holger e os próprios conterrâneos Copacabana Club, o grupo é uma das promessas de maior destaque da capital paranaense, angariando vários elogios na cena indie nacional, inclusive abrindo os shows das bandas MEN e Girls em São Paulo no último mês de junho. Fizeram um bom show, bem animado, apesar de curto em razão das várias outras bandas que iriam se apresentar, para um público que ainda não era tão grande naquela altura da noite.


Na sequência, era a vez da Volantes, mais uma revelação da nova safra de ótimas bandas de Porto Alegre, recém contratada do selo Vigilante (braço da Deckdisc especializado em lançamentos virtuais e vinis), que também vem aumentando muitos o número de fãs país afora. E com um show tão performático é de se esperar que o grupo conquiste cada vez mais seguidores por onde passa. Destaque para o apelo visual da banda: todos membros trajando branco e peles (segundo a temática do vídeo de "Maçã" ) combinados a um show de luzes foram suficientes para atrair a atenção de todos.


O pop rico em detalhes, cantado em bom português aliando toques eletrônicos a belas melodias de baixo e guitarra não decepcionaram e a Volantes fez um dos melhores momentos da noite. Sobrou tempo ainda para uma inesperada cover do clássico eletrônico "The Robots", do Kraftwerk.


Os primeiros anfitriões da noite, Volpina, eram os próximos a se apresentar. Como sempre muito aguardados pelo público de Sorocaba, a banda que retornou a ativa no último Grito Rock Sorocaba após 2 anos sem apresentações, fez seu 99° show, segundo estatística dos próprios integrantes. Optando por um repertório focado nas canções mais pesadas, também fizeram um show rápido, e como de praxe, cheio de energia, com fãs cantando várias canções junto com a banda.


Finalizando a apresentação, uma bela versão mais suja de "Amor Louco", do Fellini, outra instituição do rock independente paulista dos anos 80/90 e outra obsessão dos sorocabanos. E deixaram o recado: vem material novo por ai.


Para encerrar a noite e o festival com chave de ouro, a banda mais esperada do evento: depois de quase duas décadas distante dos palcos, o Vzyadoq Moe novamente se reuniria em Sorocaba. Uma das paixões confessas e maiores influências dos garotos do The Name, conforme os próprios anunciaram emocionados pouco antes do último show do festival, o VM figurou como um dos grupos mais criativos do rock independente dos idos de 1980 e 90. Misturando o pós-punk, poesia dadaísta e expressionismo alemão a rítmos e elementos tipicamente brasileiros, como o samba e o candomblé, a banda é tida como uma das influências daquilo que mais tarde se tornaria o movimento manguebeat, capitaneado por Chico Science e Mundo Livre S/A na distante Recife.


Reciclando os sons orgânicos de chapas e caixas de 20 anos atrás, agora substituídos por teclado e bateria eletrônica, o quinteto retornou com "Junto ao Céu", primeira faixa do álbum de estréia da banda, O Ápice, de 1989. "The Cabinet" (música aliás executada pelo The Name com participação de membros da VZ no show de retorno do Wry em 2009) e "Redenção" (faixa editada na coletânea alemã Não Wave - Brazilian Post-Punk 1982-1988) foram dois dos melhores momentos do show de volta do histórico grupo.


Ainda que separada, já que parte ainda mora em Sorocaba e parte em São Paulo, a banda já anunciou que tem planos de gravar um novo disco. A performance no Asteroid deixou bem claro que a eles ainda tem fôlego suficiente, e também podem contar com um público fiel na torcida.

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Entrevista: INI

Passados nove anos desde a realização do Circadélica, festival que não apenas colocou Sorocaba definitivamente no mapa da música independente mas também caracterizou-se um divisor de águas no cenário nacional da época, a cidade volta a ser foco do que se produz de mais interessante culturalmente no interior paulista.

Depois de anos de tímida movimentação, a Manchester Paulista hoje conta com uma nova safra de bandas que começam a despontar em nível nacional (ao lado de veteranos como Wry e The Biggs) uma estrutura com novos locais abertos a música independente (o Asteroid Bar por exemplo é um deles) e novos festivais, como o Usina Festival, idealizado pelo The Name, outra banda de enorme destaque da cidade, e o Grito Rock, com duas edições de sucesso realizadas na cidade, além da organização dessa força colaborativa através da formação de coletivos. Dentro desse novo contexto, o INI, tanto a banda quanto os integrantes em si, é um dos nomes que vem desenvolvendo um trabalho de grande importância.

Tive a oportunidade de realizar um rápido bate-papo com Ferraz, vocal e guitarra do INI, que além de comentar sobre a origem da banda, a composição e a tour de divulgação do "A Caixa do Macaco", último lançamento da banda, destacou também os projetos que estão se desenvolvendo na cidade, como o ousado Guerrilha Gerador.


RockSafari: Primeiramente, como foi o nascimento do INI? Como vocês se conheceram, de onde surgiu a idéia de formar uma banda? E, por curiosidade, de onde vem o nome INI?

Ferraz: O INI nasceu em 2006, no lançamento do primeiro disco, quando o Rike (guitarra), o Pêu (baixo) e o Heraldo (bateria) começaram a reestruturar a banda-embrião que existia desde 1998 e chamava Initieites. INI é Initieites mutilado (risos). Nos conhecemos por acidente. O Pêu abriu a porta do carro no semáforo e derrubou um motoqueiro. No caso, eu (risos).

As composições do "A Caixa do Macaco", album lançado no início deste ano (e disponibilizado para download gratuito através do myspace da banda), prezam por fugir do habitual, do costumeiro, com uma proposta focada na intensidade e uma linguagem impactante, visceral e as vezes enigmática até certo ponto. Como funciona o processo de criação? O que o grupo tem como maiores influências?

Compusemos de todos os jeitos. A única constante do INI sempre foi intensidade. Esse disco não soa habitual porque não nasceu de forma habitual! Nós estavamos vivendo juntos uma época louca, de grandes viagens, de transfiguração... e era isso que queríamos dividir com as pessoas. Não era só ocupar a cabeça dos outros com mais informação. Essa arte feita de repetição, mastigadinha e confortável, é que rouba da música o poder de transformar as pessoas. Mas também não nos interessa ser cult, elitizados. Nos interessa o choque, com força e tesão. Os cacos a gente junta depois, e se constrói novo.

O INI foi escalado recentemente para apresentar The Doors no Asteroid Bar, em Sorocaba, na série de shows "Banda toca Banda", agendado para o mês de Julho. Como surgiu essa idéia, e por que The Doors?

Esse é um projeto lá do Asteroid, a melhor casa de shows em Sorocaba. A escolha pode parecer estranha pois talvez a nossa música não remeta diretamente à deles, mas são uma grande influência. Admiramos a postura ousada dos caras, sempre se propondo a pirar, a quebrar as amarras.


Quase uma década passada do histórico festival Circadélica (2001), a atual cena de Sorocaba, na qual o INI tem papel de destaque, é certamente uma das que mais se desenvolve no interior paulista. Iniciativas como a recém criada Rasgada Coletiva, que engloba membros do Coletivo Rock Alive e da Guerrilha Gerador, com membros do próprio INI, são exemplos dessa geração que continua focada na produção cultural independente. Como a banda vê esse novo cenário e a atual força colaborativa na cidade? Quais os maiores desafios desse trabalho hoje em Sorocaba? E dá para adiantar alguma atividade que o coletivo vem buscando?

No Brasil todo tá rolando esse lance dos coletivos, que são na verdade uma institucionalização da camaradagem, uma organização pra algo que sempre existiu, baseado na troca de shows e informações. Isso é o suficiente? Não, mas é um passo e deve continuar sendo aplaudido e apedrejado pra que possa crescer.

Vejo que os maiores desafios da Rasgada Coletiva hoje são muito parecidos com os desafios do INI: o primeiro é dialogar com o público de forma cada vez mais expressiva, interferir mesmo na cultura através da arte (e da educação também, no caso das oficinas que o coletivo pretende realizar). O segundo é tornar possível às pessoas que estão envolvidas com este trabalho poderem pagar com ele o básico pra viver: casa, comida e cerveja.

A Rasgada hoje organiza o Guerrilha Gerador, uma festa mensal chamada “Gelatina e Iron Maiden”, produz shows de artistas de fora em algumas casas de Sorocaba e está trabalhando na elaboração de um festival cultural. A nossa perspectiva pra um futuro breve, além de lançar uma banda nacionalmente, é ter uma sede, um ponto cultural, e desenvolver o quanto antes nossas oficinas.

Falando em Guerrilha Gerador, projeto genial que vem ganhando uma repercursão cada vez maior no meio independente (o site Rock'n'Beats recentemente entrevistou membros do projeto e comentou a ação), a quantas anda o INI como combatente pela cultura independente? Depois de uma série de intervenções no interior e na capital, com uma atuação marcante na Virada Cultural paulistana no último final de semana, a Guerrilha já tem novos planos?


A Guerrilha Gerador é um movimento bastante espontâneo. Simplesmente disponibilizamos os geradores pra qualquer artista que se disponha a fazer o corre pra levar o equipamento, divulgar, se entender com a polícia (risos). Acho que o INI está se tornando símbolo deste movimento pois até agora foi a banda mais ousada, ao lado do Hierofante Púrpura, na escolha dos locais para fazer a guerrilha. (Mas o Iansã  já tá armando uma loucura ae!)

Quanto ao futuro, estamos preparando um DVD + CD split fodásso do INI e Hierofante, com nossas apresentações da guerrilha nas viradas culturais, mais um show surpresa em algum pico bem lôco. Se der certo, vai virar uma série. E a produção do Araraquara Rock entrou em contato esta semana para levar o INI pra tocar no esquema dos geradores.

A tour do "A Caixa do Macaco" também já conta uma extensa lista de shows. Como tem sido a aventura e a repercussão dos shows e do novo disco até agora, e o que aguardar das próximas datas pelo interior do estado e na região Sul?

Estamos muito felizes com a tour. Não enviamos nenhum disco para nenhum orgão de imprensa, não tem resenha do disco na internet. O INI está crescendo pelo boca-a-boca, pelos shows. Em tempos de tanta publicidade vazia, tantos cabelos e hypes, me orgulha crescer dessa forma.

Tocar por ae tem sido incrível! A experiência na Virada Cultural foi inigualável, além de que é sempre divertido conviver com as diferentes reações nos diferentes lugares. Teve lugar que a gente saiu com fama de música de maluco – como se a gente fosse um bando Hermeto Pascoal! (risos). Enquanto isso tem gente em Sorocaba que torce o nariz e diz azedo que o INI é muito pop. Eu digo o quê?


Just Fun!! com Superguidis e INI no Bar do Zé em Campinas

JUST FUN!!

Duas bandas de destaque em suas cenas locais, pela primeira vez em Campinas:

SUPERGUIDIS (Guaíba-RS): um dos principais nomes do atual indie rock nacional, na tour do aguardado terceiro disco, que vem colecionando uma série de reviews positivos país afora.


INI (Sorocaba-SP): show incendiário de uma das revelações da nova cena sorocabana, divulgando o visceral "A Caixa do Macaco", segundo album da banda.


SERVIÇO
Just Fun!! apresenta Superguidis e INI
+ DJ's Giovana M. & Bolinhas Records
Data: 26 de Maio, quarta-feira, a partir das 22h
Ingressos: R$ 7,00
Local: Bar do Zé - Av. Albino J. B. de Oliveira, 1325 - Barão Geraldo - Campinas - SP

    Luisa Mandou um Beijo @ Asteroid, 24/04/2010

    Sábado passado foi dia de ir para Sorocaba curtir mais uma apresentação no Asteroid. Dessa vez a atração da noite era Luisa Mandou um Beijo. Em passagem rápida pelo Estado, após um show na sexta-feira na capital, o indie pop fino da Luisa visitava Sorocaba pela primeira vez.

    luisa mandou um beijo @asteroidbar

    A animação da banda, com uma notável alegria no rosto de cada um dos músicos, combinava bem com a emoção dos que aguardavam por um show do sexteto carioca. Com um set formado basicamente pelos dois auto-entitulados albums, a banda ainda apresentou uma composição que deverá entrar no terceiro disco. Um dos detalhes que mais impressionam é o contraste entre a delicadeza da vocalista Flávia Muniz e o "punk rock" de Fernando Paiva saltando com sua guitarra.

    luisa mandou um beijo @asteroidbar

    Os insistentes pedidos de "A na Bola", uma das favorita entre os fãs, que fez parte da primeira demo da banda de 2000 e não é executada em shows há muito tempo, fizeram com que Flávia prometesse a música no próximo show da Luisa em SP, e até entusiasmou Fernando em regravá-la para o próximo album do grupo (segundo comentou em seu twitter, "falta convencer o resto da banda"). A gente fica na torcida.



    • mais fotos no Flickr, por Alessandra Luvisotto
    • outros videos do show no perfil do Youtube, por jr.
    • site da banda (mais informações e links para download dos 2 albums): www.luisamandouumbeijo.com
    • "A na Bola" e a primeira demo completa da banda estão disponíveis no TramaVirtual da banda

    Videos das novas músicas da Superguidis no último show em São Paulo (2009)

    Enquanto a gurizada da Superguidis aguarda pelo pontapé inicial da turnê do terceiro album, observando a repercussão do vazamento das músicas (como o #guidisday dentre os trending topics do Twitter, que o @bloodypop registrou ontem a noite), temos os videos de algumas das canções que fazem parte desse novo lançamento. São registros ao vivo da mais recente passagem da banda por São Paulo, em apresentação no SESC Santana, em março de 2009.


    A turnê que começa na próxima semana e pretende visitar todas as regiões do país ainda não tem datas agendadas para a região Sudeste, mas esperamos vê-los de volta por aqui muito em breve.


    No Youtube, há ainda gravações do mesmo show em São Paulo das novas "Aos Meus Amigos", "Quando Se é Vidraça" e "Não Fosse o Bom Humor".


    • Baixe "Não Fosse o Bom Humor", o primeiro single do novo album no site do Senhor F, e o novo disco completo aqui.
    • myspace da banda com datas da tour e outras informações: www.myspace.com/superguidis

    Vazou o terceiro disco da Superguidis

    Menos de três dias depois do publicação do release na comunidade da banda no Orkut (com considerável repercussão em vários blogs e sites ligados a música independente) e eis que o tão aguardado novo disco da Superguidis já foi parar na web. O link para o pacote contendo as 11 músicas do terceiro album, que leva o mesmo nome da banda e tem lançamento oficial agendado para o próximo dia 20 com show no Macondo Lugar, em Santa Maria (RS), foi postado na  noite dessa quarta-feira no mesmo Orkut e no Twitter.


    Produto da parceria entre Senhor F e Monstro Discos, dois dos mais importantes selos do país, o album em formato físico trará ainda um disco bônus contendo outras 20 faixas do show acústico da banda, gravado no Cultura Rock Club, em maio de 2009.


    Além de Santa Maria, a banda tem mais três shows no Rio Grande do Sul e depois segue em tour pelo Centro-Oeste e Norte do país no mês de abril.

    Portanto, baixe as músicas, ouça e, se gostar, não deixe de ir ao show e comprar o novo disco!

    Update: o Urbanaque postou no Twitter agora há pouco um novo link para download do album.

    • link para baixar o disco novo aqui aqui. (Obrigado ao Urbanaque!)
    • myspace da banda, com datas dos shows da nova turne e outras informações: www.myspace.com/superguidis

    A Banda de Joseph Tourton @ Bar do Zé, 25/02/2010

    Nessa noite dessa quinta-feira rolou no Bar do Zé a já tradicional festa Indie-se, desta vez contando com a presença dos pernambucanos d'A Banda de Joseph Tourton.
    Em mini turnê pelo estado de São Paulo, o quarteto visitava Campinas pela segunda vez, trazendo na bagagem seu instrumental muito bem elaborado, de diversas influências, com experimentações que vão do post-rock de peso misturado a samplers e elementos do eletrônico a melodias etéreas, com um toque de flauta transversal, além de pitadas de música tradicional brasileira. (Apesar da qualidade comprometedora do video abaixo,) foi uma bela performance da banda, considerada uma das revelações da atual cena musical independente do Nordeste brasileiro.


    Dando continuidade a tour, o grupo se apresenta hoje (sexta-feira) no Festival Macacada do Campus da USP em São Carlos, ao lado de Aeromoças e Tenistas Russas, Jennifer Lo-Fi, QISP e Quizumba, e no domingo seguem para um show em Piracicaba.

    Macaco Bong @ Asteroid, 20/02/2010

    É sábado e novamente a rediviva Sorocaba é nosso alvo, mais precisamente o Asteroid Bar, mais novo reduto da boa música na região sul paulista. A agenda do dia 20 de fevereiro trazia um nome de peso do independente nacional, e que vem tomando proporções cada vez maiores, os cuiabanos do Macaco Bong.

    macaco bong @ asteroid

    Depois de presenciar seis ou sete apresentações da banda (incluindo as duas passagens apoteóticas pela Auditório Ibirapuera no mês passado, acompanhados de um time de estrelas da cena independente), não é exagero afirmar que o trio é invariavelmente muito competente em cima do palco, seja para um público diminuto ou para uma grande platéia de atentos espectadores. E dessa vez em Sorocaba, com casa cheia, a história não seria diferente.

    macaco bong @ asteroid

    Após abrir com "Amendoim", a banda seguiu com a nova "Broquem ChocoBread", até então inédita fora dos festivais Grito Rock onde a banda vinha se apresentando durante o mês de fevereiro. A recente composição, que deverá estar no próximo album da banda, traz em sua primeira parte a sujeira e alguns riffs que remetem a um Smashing Pumpkins dos momentos mais pesados do clássico Mellon Collie, porém com maior dinamismo que o grunge de Chicago.


    Em seguida, detonaram mais petardos do primeiro album, Artista Igual Pedreiro, além da faixa composta no programa Radiola no final do ano passado e título frequente nos setlists desde então, "Um G Bem Quente".

    macaco bong @ asteroid

    Se ainda restava alguém que não havia se rendido ao domínio do power trio, as versões instrumentais para as nirvanianas "Drain You" e "Stay Away" na sequência foram tiros certeiros, com direito a um vocal incidental quase transformou o que era para ser uma "versão" num "cover" potencializado.


    Finalizando, "vamodahmaisuma" coroou mais uma ótima performance dos Bongs, com mais uma platéia conquistada pela torrente sonora do power trio.

    macaco bong @ asteroid

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    Grito Rock Sorocaba (2o. Dia) @ 13/02/2010

    Para aqueles que não simpatizam com a festa, Carnaval acaba sendo normalmente um poço de tédio. Este ano pelo menos uma alternativa apareceu para aqueles que preferem guitarras a pandeiros e atabaques. Realizado em parceria com a ABRAFIN e a rede Fora de Eixo, teve início nesse final de semana em várias cidades país afora o Grito Rock, festival que reune aproximadamente 500 nomes do cenário independente para tocar em mais de 70 cidades do país e outras 4 da América do Sul, figurando como o maior festival integrado do continente sul-americano. Em Sorocaba, com realização do Coletivo Cultural Rock Alive, o festival sediado na bela Usina Cultural a margem do Rio Sorocaba, foi dividido em 2 dias (12 e 13 de fevereiro) com entrada franca, e nós fomos até lá curtir a quente noite de sábado de Carnaval.


    Mesmo um pouco atrasados com relação ao horário anunciado na programação, chegamos a tempo de ver a primeira banda subir ao palco no enorme galpão antigo que é a Usina Cultural. Optando por cantar em português, os quatro garotos do Teatro Asfalto, banda formada em 2006 na cidade de Vinhedo-SP, misturam diversas influências onde predomina um som que remete ao grunge, com tendência para o metal em alguns momentos mais pesados.


    Enquanto isso, do lado de fora do casarão, um conjunto de bateria, microfones, pedais, amplificadores e caixas de som instalados no próprio gramado e calçada próxima a uma das paredes da Usina recebiam os últimos ajustes. Era o Projeto Gerador, evento paralelo ao Grito Rock, que apresentava a alternativa criada a partir das próprias bandas (sem qualquer auxílio da iniciativa pública e privada) de utilizar geradores movidos a gasolina como provedores de eletricidade para todos equipamentos (com exceção da iluminação, obtida através de um dos próprios refletores do local). A idéia é poder tocar em qualquer lugar, de praças até a própria calçada, sem depender do fornecimento de energia.


    Quatro bandas se utilizariam do esquema durante o festival, sendo duas em cada dia, e o primeiro grupo do sábado seria o sorocabano Iansã. Com uma sonoridade crua que lembra em parte o hardcore com toques experimentais da costa oeste americana (nomes como Saccharine Trust e Black Flag) e letras impactantes ou até mesmo obscenas em alguns momentos, a banda formada recentemente (sua primeira aparição ocorreu no último dia 31) causou um certo estranhamento junto ao público. Ainda com algumas arestas a acertar, o destaque ficou por conta da originalidade instrumental das composições.


    De volta ao interior da Usina, a próxima banda a se apresentar eram os até então desconhecidos para mim, The Almighty Devildogs. Diretamente de Bauru-SP, com curiosamente com dois integrantes trajando indumentárias pretas com logos do AC/DC, surpreenderam ao mandar uma competente surf music, com pitadas de punk mas ainda com aquele pé se aproximando do hard rock. Com homenagens de Zé do Caixão a Ventures, fizeram um show bem animado, que agradou o público logo de início, com merecidos aplausos para quem nem precisou apelar para "Misirlou".


    A segunda e última banda do Projeto Gerador no lado de fora do prédio, já com um público visivelmente bem maior que no show anterior, era o Vincebuz, da capital paulista. Logo de cara, a bateria adicional montada na calçada ao lado da percussão utilizada pelo grupo anterior já advertia que aquela não seria uma apresentação convencional.


    O noise experimental entupido de fuzz, de onde nem o vocal escapava ileso, reproduzia qualquer coisa entre um cáustico sludge metal e um épico krautrock em seus momentos mais tenebrosos. Problemas em estabilizadores e pedais a parte, a performance viceral dos quatro vincebuz convenceu boa parte daqueles que assistiram de perto os estranhos ecos distorcidos na iluminada noite sorocabana.



    Continuando na linha mais pesada, o hardcore do anfitriões do Esbórnia era a próxima atração da noite. Com a ajuda de uma platéia recheada de amigos, a banda conseguiu a atenção de muitos, principalmente com a boa presença de palco do vocalista e as versões para músicas de Korn e Sepultura.


    A próxima banda marcava o primeira "volta" da noite: os campineiros do Del-O-Max retornavam de um coma após vários meses sem nenhuma aparição. Para felicidade daqueles que curtem o bom e velho rock sujo garageiro, a batalha de baixos contra guitarra apoiada na rápida batida continua infalível.


    Os traços do punk rock cru e a influência mod obviamente também não foram deixados para trás, naquele que figurou como um dos melhores momentos da noite. Muito bom vê-los de volta em ótima forma (ainda que com parte da banda um pouco, huh, high.)


    Na sequência, era a vez da Circo Motel, de São Paulo, mostrar seu elogiado show no palco do Grito Rock. A banda que além de 2 guitarras, baixo e bateria, era também acompanhada por um tecladista, chegou cheia de estilo, com uma estética setentista que anunciava o tom da apresentação a seguir. Porém, o hard rock com toques psicodélico do grupo paulistano pareceu não conseguir animar o público que já demonstrava sinais de cansaço, com boa parte assistindo o show sentado na área em frente ao palco. Apesar da boa presença de palco e alguns fãs que não haviam sucumbido ao desânimo, a banda pecava por um repertório pouco original, tanto que só conseguiu emplacar após se utilizar de covers de Mutantes e Led Zeppelin.


    Eis que após longa espera, chegavamos a um dos momentos mais aguardados da noite: um outra volta, dessa vez, da sorocabana Volpina. Fora de atividade desde 2008 (a última apresentação havia sido justamente na primeira edição do Grito Rock daquele ano), todos aguardavam com certa ansiedade o retorno de uma das bandas de maior destaque na cena indie rock de Sorocaba nos anos 00, mesmo sem lançar um único LP.


    Se antes mesmo de subir ao palco, o show da volta já era dado como jogo ganho junto ao público, a grande apresentação da banda recebeu tons de espetáculo. Galera entoando as letras das canções do primeiro EP em uníssono e até mesmo subindo ao palco para acompanhar os vocalistas - assim foi o retorno do Volpina, talvez o clímax do segundo dia de festival.


    Como que para amenizar os ânimos daqueles que não deixaram a Usina após o show dos sorocabanos, o Aeromoças e Tenistas Russas subiam ao palco para fazer o penúltimo show, apresentando seu instrumental progressivo com teclado e saxofone, diretamente de São Carlos-SP. Bem diferente do que o nome faz lembrar, o ATR foi formado em 2007 a partir da amizade de quatro estudantes do curso de Imagem e Som da UFSCar. Experimentação de qualidade, mas talvez não muito adequado para aquela altura da madugada.


    Já passavam das quatro da manhã quando a Biggs começava o show que encerraria o Grito Rock 2010. Mesmo tarde e com um público bem menor e já sonolento, o power trio demonstrou total disposição e fez uma performance cheia de energia. A começar pelo baterista Brown, que quase encerra o show mais cedo detonando a caixa de sua bateria. E como se não bastasse, mesmo após tendo substituido a peça destruida por uma caixa emprestada, ele ainda continuava a triturar suas baquetas, que mais pareciam brinquedos sem resistência alguma em suas mãos.



    Mas ânimo da banda não se limitava ao baterista: Flávia e Mayra também não deixaram por menos e fizeram mais set de punk rock sujo de ótima qualidade. Sorte daqueles que aguentaram até o final e assistiram a um belo show da Biggs.


    Como saldo final, a julgar pela segunda noite de shows, a edição sorocabana do Grito Rock 2010 foi um sucesso. Apesar de algumas falhas que podem ser facilmente corrigidos em próximas edições, como a sinalização deficiente (placas indicativas para o local do evento; nenhum banner ou cartaz com a programação de shows), o fim da água e refrigerante bem cedo e a variedade bastante restrita de opções para alimentação, o festival em si rolou sem problemas. O line up bacana que mesclava bandas de diversas cidades do estado (além dos paranaenses do Nevilton, que tocaram no primeiro dia de festival) com grupos da cidade, possibilitando a troca de idéias e criação de novos vínculos, válido principalmente para as bandas novas, é sempre uma característica muito positiva num festival desse tipo. O fato de se concretizar como um evento gratuito também foi outro ponto de fundamental importância.


    Com mais de 1000 pessoas nos dois dias de evento, deu pra conferir que, apesar da cultura "metaleira" do classic rock radiofônico ainda reinar, Sorocaba é um local com potencial e público para a cultura alternativa (o cenário de bandas atuais, assim como o próprio sucesso do Asteroid Bar, vem mostrando isso), e o Grito Rock foi mais uma ótima oportunidade de levar o rock autoral independente até uma platéia acostumada ao cover.

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    Baixe agora Pressuposto, o novo EP do Nevilton

    Foi anunciado na noite dessa terça-feira o aguardado lançamento virtual da revelação e grande promessa para 2010 Nevilton: o EP Pressuposto.

     
    Além da faixa que dá nome ao compacto, Pressuposto vem com mais 4 canções: a inédita "O Morno" (que o grupo apresentou ao vivo no show do Centro Cultural São Paulo no último domingo), "Vitorioso Adormecido", "Do que não deu certo" e "Singela". As três últimas, assim como a faixa-título, já podiam ser encontradas no perfil da banda na Trama Virtual em versões demo e ganham agora nova roupagem. Nesse novo disco, os paranaenses mostram que a receita continua certeira, com um rock simples, despretencioso a primeira vista mas de um apelo pop deliciosamente  elaborado, recheado de melodias cantaroláveis e letras espertas.


    O EP, lançado pela Fora de Eixo Discos, pode ser encontrado através site do Compacto.REC. A banda pretende lançar o próximo album, chamado "de Verdade", ainda esse ano, também pela Fora de Eixo.

    nevilton @ ccsp

    A agenda do power trio segue movimentada durante o mês de fevereiro, com apresentações em várias edições do Grito Rock pelo estado de São Paulo, fechando a mini tour com uma visita a João Pessoa, dia 26. Esta sexta-feira, dia 12/02, é a vez de Sorocaba conhecer o super show dos neviltons, sem dúvida um dos melhores da atual cena rock nacional.

    Bazar Pamplona, Banda Gentileza, Nevilton e Rafael Castro @ CCSP, 06 e 07/02/10

    Neste último final de semana, o Centro Cultural São Paulo foi invadido por uma legião de paranaenses parceiros dos bons sons. Era o festival promovido pela Agência Alavanca, que contou com a visita de Nevilton e Banda Gentileza, tendo como anfitriões Bazar Pamplona e Rafael Castro e os Monumentais.


    O festival teve início no sábado com Bazar Pamplona, banda de destaque no novo pop cantado em português. A chuva de verão que como de costume nessa época do ano desaba no fim de tarde da capital não afugentou o bom público de fãs que praticamente esgotou as cadeiras da Sala Adoniram Barbosa para ver a apresesentação dos bazares.

    bazar pamplona @ ccsp

    No palco, enquanto eram alvejados por aviõezinhos feitos de papel estrategicamente distribuído na entrada da sala, mostravam algumas das canções do primeiro disco e algumas que deverão estar no próximo registro, com lançamento planejado para o meio do ano. Os destaques ficaram por conta das letras inteligentes e melodias elaboradas, como em "Quem Eles Pensam Que São?"


    Em seguida era a vez dos curitibanos da Banda Gentileza. A banda, ainda pouco cohecida fora do estado natal, não se deixou abalar pela fuga de boa parte das pessoas que foram assistir apenas Bazar Pamplona e fez um show ainda melhor que o anterior.

    banda gentileza @ ccsp

    Sem fazer questão de se prender a um ritmo específico, variando desde pitadas de disco music até o delicioso samba "Maior com Sétima", e contando com um par de músicos nos metais (além vários outros instrumentos), o sexteto encerrou o primeiro dia de festival conquistando a platéia com muita animação no palco, quase como um aquecimento para o Carnaval que vem chegando.


    O fim de tarde ensolarado parecia dar o tom do que seria o show de abertura do domingo com os paranaenses do Nevilton. E não foi diferente: o power trio de Umuarama não decepcionou os curiosos que foram conferir se o grupo era tudo aquilo que se tem falado Brasil virtual afora.

    nevilton @ ccsp

    Um rock simples e direto, recheado de melodias assoviaveis, letras certeiras e muita vitalidade, esse é o espírito dos guris, que se traduz nos vôos de Lobão e Nevilton. A comparação ao então moleque Supergrass de I Should Coco é praticamente inevitável, assim como não se deixar levar pelos sons fáceis de "Pressuposto", "Bolo Espacial" e "Me Espere Menino Lobo". Resultado: grandiosa apresentação da promessa que merece atenção redobrada em 2010.


    Mesmo com uma sequência de hits em potencial, o grupo ainda não tem nenhum disco completo lançado: a banda tem planejado para ainda essa semana o lançamento de um EP via Internet e até o meio do ano um album completo pela Fora de Eixo Discos.

    Rafael Castro e os Monumentais destilando seu rock que beira o alcóolatra-cafajeste  tinham a difícil missão de encerrar o festival depois do incrível show dos neviltons.

    rafael castro @ ccsp

    Contrastando com os paranaenses, o mezzo barítono Rafael segue uma linha que varia do quase blues retratando causos de bar e mulheres ao rock brasileiro setentista, levando tudo com bom humor, várias piadas e até calcinhas jogadas da platéia. A apresentação contou ainda com a participação de vários artistas, entre eles Tatá Aeroplano, que acompanhou a banda em "Me Chama Pra Dançar", um dos pontos de destaque do show.


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      Just Fun!! apresenta: Jennifer Lo-Fi @ Bar do Zé, 04/02/10

      Na última quinta-feira o Bar do Zé foi palco mais uma vez da Festa Just Fun!, que apresentava em sua terceira edição, a primeira em 2010, uma das revelações e promessas dos últimos tempos no indie rock paulistano, Jennifer Lo-Fi.

      jennifer lo-fi @ bdz

      O grupo que vem conquistando certa notoriedade na cena, explorando um modelo de divulgação que tem como base a Internet e suas diversas ferramentas (com destaque para os geniais web shows semanais realizados na própria casa de membros da banda), visitava Campinas pela primeira vez.

      jennifer lo-fi @ bdz

      Nem o cansaço na fuga do caótico fim de tarde paulistano nem a chuva recorrente e consequentemente reduzido público foram suficientes para desanimar a banda. Demonstrando vigor e presença de palco poderosa, justificaram porque são uma banda que merece atenção.

      jennifer lo-fi @ bdz


      Com um set focado nas composições mais recentes, pendendo mais para o experimental psicodélico/progressivo a lá The Mars Volta (como a camiseta da vocalista Sabine deixava explícito) junto a dinâmica de um vocal que mistura suavidade e peso, a banda não decepcionou, agradando o pessoal que veio até o Zé na noite de quinta.

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      Radiare e Black Drawing Chalks @ Bar do Zé, 23/01/10

      O Bar do Zé recebeu no último sábado as bandas Radiare e Black Drawing Chalks pela edição de Janeiro da festa Rock'n'Beats. Mesmo debaixo de forte chuva, o público, ainda que em menor número do que o de costume, compareceu em peso.

      black drawing chalks @ bdz

      Os primeiros a subir ao palco foram os anfitriões do Radiare. Contando com membros de outras bandas de Campinas (como Del-o-Max e o lendário Astromato) e na bagagem um disco lançado no ano passado, a banda segue a linha do power pop perfeito, com pitadas do guitar noventista (impossível não lembrar de "instituições" escocesas como Teenage Fanclub e The Jesus and Mary Chain), porém sempre com vocais em português. A exceção fica ao cover fatal do já mencionado TFC, "God Knows It's True".



      radiare @ bdz

      Melodia eficaz, e mesmo emocionante em certos momentos, de um grupo infelizmente ainda muito pouco valorizado na cena independente.

      radiare @ bdz

      Na sequência, era a vez da banda "sensação", Black Drawing Chalks. Destaque tanto em listas de melhores do ano em diversos blogs especializados em música quanto na grande mídia, com aparições na MTV e clipe indicado prêmio no VMB, além da consagração de "My Favorite Way" como hit de 2009 segundo a Rolling Stone, o quarteto goiano passou a última semana em uma mini turnê que espalhou o rock do Cerrado por várias cidades de São Paulo e Paraná, sempre com apresentações disputadas e banhadas de muito suor e cerveja. Fechando a tour, o show de Campinas não seria diferente.

      black drawing chalks @ bdz

      Mais uma vez "My Favorite Way" foi cantada em uníssono pelo público presente, que vibrou muito com a mistura entre o antigo e o novo hard/stoner rock. Também rolou a música nova que a banda vem tocando em seus shows mais recentes, "I've Got Your Flavor".



      black drawing chalks @ bdz

      A potência dos quatro BDC em cima do palco impressiona, uma energia que não acaba antes do baixista Dênis ser carregado pela galera e um bis com "Suicide Girl" para fechar a noite.

      black drawing chalks @ bdz

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